Ex-presos políticos paraguaios repudiam repatriação de ditador

Centenas de vítimas da ditadura paraguaia de Alfredo Stroessner (1954-1989) protestaram na noite de sexta-feira em Assunção contra a repatriação do corpo do ex-governante, sepultado em Brasília, e pediram a punição das autoridades do antigo regime acusadas de crimes contra a humanidade.

Com cartazes com frases como "nunca mais Stroessner" e "ditadura nunca mais", ex-presos políticos paraguaios se reuniram diante do Panteão Nacional dos Heróis (monumento que homenageia grandes personagens da história paraguaia) para criticar a anunciada repatriação por familiares do corpo do ditador.

A família informou que ainda não existe uma data para concretizar a repatriação, pois ainda são necessários trâmites no Brasil.

Organizações de defesa dos direitos humanos calculam que quase 500 pessoas foram assassinadas durante a ditadura e 3.000 são consideradas desaparecidas. Além disso, 20 mil pessoas partiram para o exílio nesse período.

Após a queda de seu governo em fevereiro de 1989, Alfredo Stroessner pediu asilo no Brasil, onde morreu em 16 de agosto de 2006.