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Otimismo obamista não esfria nem sob 0ºC
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LUCIANA COELHO
ENVIADA ESPECIAL A CHICAGO
A cidade que Barack Obama adotou amanheceu com filas diante das seções eleitorais e frio de 0ºC. Dentro, obamistas apaixonados e frustrados discordavam no voto, mas não na aposta: o presidente seria reeleito.
"Quando ele ganhar, vou chorar de alegria de novo", dizia Judy Leavelle, 61, cantora que já combinava uma "festa da vitória" na mesma seção de Chicago onde Obama votou em 2008 (neste ano, ele antecipou o voto).
"Precisávamos de dez Obamas, e os republicanos deviam fazer tratamento psiquiátrico. Estou tão preocupada com o país e com nossa falta de respeito pelo mundo e pelo planeta...", lamentava, com a voz embargada.
Como quase todos os eleitores na manhã de ontem na escola Beulah Shoesmith, em South Side, Judy é negra. Ali, 876 pessoas tinham votado antes das 10h, mesmo não sendo obrigadas por lei.
"Eles estão vindo aos montes, sabem que a disputa é acirrada", dizia a mesária Michelle Anderson, que vive no bairro onde, quadras adiante, o Serviço Secreto montara barricadas para proteger a casa dos Obama.
Ao norte, na igreja de Santa Maria, Nicholas Barcelona deixava a seção convertido. O universitário de 25 anos, democrata, eleitor de Obama em 2008, acabara de votar em Mitt Romney.
"Não me arrependo, a eleição de Obama e a promessa de o país se unir fizeram bem aos EUA. Mas ocorreu o contrário", explicava-se, dizendo-se um centrista cuja expectativa se erodiu aos poucos.
"Preferi Romney porque o plano de empregos dele é melhor. Com Obama, terminei a faculdade e não consegui trabalho. Tive de fazer pós para me ocupar", reclamou.
Na igreja --em Chicago há seções até em restaurantes e lojas--, cerca de 800 pessoas haviam votado pela manhã, a maioria antes de ir para o trabalho, entre as 6h e as 8h, já que o dia da eleição não é feriado nos EUA.
MÁSCARA
Teri McClain, 45, usava uma máscara de Romney para pedir votos para Obama. "Vim de Seattle para o comício em Columbus [Ohio] e para a festa da vitória aqui."
Ao seu lado, com um máscara do presidente, uma turista japonesa segurava uma placa com o pedido "vote!". "Conheci ela no hotel e decidimos fazer isso", disse Teri.
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