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China dá novamente sinais de aquecimento econômico
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DE PEQUIM
Pelo segundo mês consecutivo, a economia chinesa registrou sinais de recuperação depois de um período de contínua desaceleração, segundo os números oficiais para outubro. Os principais fatores foram a aceleração de obras de infraestrutura e a maior produção industrial em cinco meses.
Já a inflação, principal preocupação econômica do país no ano passado, registrou um aumento acumulado de 1,7% no mês passado, menor índice em quase três anos.
O crescimento da produção industrial acelerou 9,6% no mês passado, em relação ao mesmo período de 2011. E as vendas no varejo subiram 14,5% (14,2% em setembro).
Os números são boas notícias para o Partido Comunista, que está realizando seu primeiro congresso em cinco anos para indicar a nova liderança do país. Na quinta-feira, o atual vice-presidente, Xi Jinping, deve ser confirmado como o secretário-geral do PC, o primeiro passo para assumir o governo, em março.
A economia chinesa deve crescer 7,5% neste ano, bem menos do que a média de quase 10% das últimas três décadas. Devido à desaceleração brusca, o país cortou a taxa de juros duas vezes neste ano, fez grandes injeções de liquidez no mercado financeiro e acelerou projetos de infraestrutura.
PROJEÇÃO DA OCDE
Por causa da China e apesar do Brasil, os países emergentes com crescimento rápido serão os principais propulsores do crescimento global a longo prazo e ultrapassarão os países mais ricos em torno do ano de 2060, segundo um relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) divulgado ontem, em Paris.
"O equilíbrio do poder econômico vai mudar dramaticamente nos próximos 50 anos", disse o secretário-geral da OCDE, Angel Gurria, em entrevista coletiva.
A China superará a zona do euro já neste ano e se tornará a maior economia do mundo --ultrapassando os EUA-- daqui a entre seis e oito anos, de acordo com a projeção da OCDE. A entidade estima que os próximos 50 anos verão crescimento global médio anual de 3%; entre os países ricos, ele ficará em 2%.
Já o Brasil terá um crescimento pouco abaixo da média global, com média anual de 2,8%. A Argentina vem em seguida, com 2,7%.
Em ritmo mais acelerado, a China e a Índia, principais emergentes, terão em 2060 uma economia maior que a dos atuais 34 membros da OCDE. Só a economia chinesa será três vezes maior que a da zona do euro.
Hoje com 17% do PIB global, a China elevará sua participação para 28% em 2030, ficando nesse nível até 2060.
Apesar do crescimento mais rápido, os países emergentes continuarão com um padrão de vida bem mais baixo --em 2060, nessas regiões, ele estará numa faixa de 25% a 60% do padrão dos EUA.
"Nenhuma dessas previsões está gravada em pedra", disse Gurria. "Sabemos que reformas estruturais ousadas podem impulsionar o crescimento de longo prazo e o padrão de vida em países avançados e em economias de mercado emergentes."
A OCDE é uma organização econômica internacional fundada em 1961 e conta com 34 países, entre os quais EUA, Japão, Chile e países da zona do euro. O Brasil não participa. (FABIANO MAISONNAVE)
Com agências de notícias
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