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14/11/2012 - 15h55

Nova geração de líderes chineses é menos tecnocrata que antecedente

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TAMARA GIL
DA EFE, EM PEQUIM

Engenheiros, mas também historiadores ou economistas, a nova geração de líderes que sairá do 18º Congresso do Partido Comunista chinês possui um perfil menos técnico que o de seus antecessores e mais parecido com o dos políticos ocidentais.

Se, há dez anos, o engenheiro Hu Jintao esperava ser nomeado como presidente da China à frente de uma equipe de políticos com sua mesma formação, atualmente, para Xi Jinping, que segundo todas as previsões será o novo líder chinês, o panorama é bem diferente.

O novo presidente da China estará cercado, no principal órgão dirigente da legenda e do próprio país --o Comitê Permanente do partido--, de economistas, bacharéis em direito, e pode ser que até por uma graduada em química, que tem a chance de ser a primeira mulher a entrar neste seleto grupo.

Eles são os candidatos a ocupar um dos assentos da cúpula de governo chinês que, segundo predizem os analistas, serão reduzidos dos atuais nove para sete. O anúncio dos escolhidos para liderar o país será feito no encerramento do congresso do partido, que foi aberto na última quinta-feira em Pequim.

"O fato de que a nova geração de líderes chineses tenha um currículo muito mais diversificado que sua predecessora é um sinal encorajador de que os dirigentes mais graduados sabem que a velha forra de pensar não serve para a economia moderna da China", declarou à agência de notícias Efe um analista político chinês que falou sob a condição de anonimato.

Os nomes que, por enquanto, entraram nas apostas, são de políticos com perfis muito variados e com uma grande diferença em sua formação em relação às anteriores gerações de líderes --composta, na sua maioria, por tecnocratas.

A técnica, neste caso, cede passagem a líderes como o ex-prefeito de Pequim e atual vice-primeiro-ministro, Wang Qishan, graduado em história e sobre o qual recairá a árdua tarefa de reconduzir a economia do país em direção ao consumo interno, segundo analistas.

Neste objetivo o ajudará, possivelmente, Zhang Dejiang, atual secretário-geral da megalópole de Chongqing e um especialista em Coreia do Norte que se graduou em Ciências Econômicas; ou Zhang Gaoli, com estudos em Estatística e que ocupou importantes cargos nas principais economias do litoral do país.

O governo da China também pode depender de uma graduada em química e, além disso, doutorada em direito. Liu Yandong, atual conselheira de Estado, possui o perfil mais incomum de todos --é mulher-- e ostenta uma das formações mais destacadas por suas diferenças com a antiga geração de líderes.

Também é cogitado um líder com estudos em literatura e em economia mundial na Universidade de Pequim, Hu Chunhua, conhecido como "o pequeno Hu" por ser um aliado do atual presidente Hu Jintao, e que será o membro mais jovem da história do comitê se conseguir um posto nesse órgão.

Entre os reformistas especulados para a nova cúpula comunista, embora aparentemente com menos chances, está Wang Yang, chefe do partido em Cantão, graduado em ciências políticas e mestre em engenharia. Entre outros engenheiros possíveis candidatos ao Comitê Permanente estão Yu Zhengsheng, atual chefe do Partido em Xangai, ou Meng Jiangzhu, ministro da Segurança Pública.

No entanto, a nova geração de líderes chineses também se diferencia por aspectos como sua procedência geográfica variada ou seu contato com o exterior. É o caso de Liu Yuanchao, com estudos na Universidade de Harvard, graduado em matemática e pós-graduado em direito, que pediu reformas políticas na extremamente fechada legenda.

Com esta lista de candidatos, alguns analistas como o professor de Política Chinesa da Universidade de Sydney, Kerry Brown, já se atreve a sentenciar que, na China, "a era dos tecnocratas acabou".

 

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