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15/11/2012 - 07h01

Obama elogia ex-chefe da CIA após escândalo

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LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

Barack Obama usou ontem sua primeira entrevista coletiva pós-reeleição para defender dois nomes do governo na berlinda: o general David Petraeus, que deixou a chefia da CIA ao revelar-se adúltero, e a embaixadora Susan Rice, cotada para chanceler.

Sobre Petraeus, o presidente americano reiterou sua gratidão e disse que evitará pré-julgamentos, afirmando que nada indica por ora que o militar tenha violado protocolos de segurança nacional.

"Ele prestou a este país um serviço extraordinário, e hoje estamos mais seguros por causa de Dave Petraeus", disse Obama, em seu primeiro comentário sobre o caso (na sexta, ele emitira uma nota). "Desejo que ele e sua mulher possam seguir em frente."

O presidente rechaçou ainda questões sobre a investigação do caso pelo FBI, sugerindo repassá-las à agência.

"Eles têm seu próprio protocolo", respondeu sobre a demora de três meses para o caso chegar a ele --o que só ocorreu na última semana.

O FBI (polícia federal dos EUA) investiga se Petraeus vazou dados secretos da CIA, maior agência de inteligência do país, durante o envolvimento com sua biógrafa, a tenente-coronel Paula Broadwell. Ontem, ela perdeu seu acesso militar de segurança.

O general renunciou na sexta-feira, trazendo à tona o caso e as ameaças de Broadwell a uma segunda mulher que ela julgava assediar o amante, a socialite Jill Kelley.

Kelley, por sua vez, trocava e-mails "não apropriados" com outro general: John Allen, nomeado para chefiar as tropas da Otan.

O escândalo estourou a dias de Petraeus depor sobre a operação de segurança americana na Líbia, que falhou em evitar o assassinato do embaixador Chris Stevens em setembro. Ontem, foi confirmado que o general vai depor mesmo fora da CIA.

O atentado em Benghazi, na Líbia, ocupou boa parte dos quase 50 minutos de entrevista e provocou a reação mais exaltada de Obama.

Pouco antes, os senadores de oposição John McCain e Lindsey Graham haviam prometido vetar eventual nomeação de Rice, que representa os EUA na ONU, para chefiar o Departamento de Estado.

Ela deu informações erradas sobre o atentado, afastando a hipótese (hoje investigada) de terrorismo.

Indagado a respeito, Obama reagiu: "Se os senadores quiserem vir atrás de alguém, venham atrás de mim. Perseguir a embaixadora, que apenas fez uma apresentação com informações que ela recebera, porque ela é a parte mais fraca, é ultrajante", afirmou, erguendo a voz.

Obama não confirmou se a nomeará --outro cotado é o senador John Kerry. A questão pode virar a primeira crise com o novo Senado, enquanto a investigação segue.

ABISMO FISCAL

Obama usou a entrevista para marcar posição sobre a necessidade de manter impostos baixos para a classe média e elevar os da elite, prometendo deixar expirar benefícios fiscais a quem ganha mais de US$ 250 mil/ano.

"Não devemos tomar a classe média como refém enquanto debatemos os impostos para os mais ricos", declarou. "Esta foi uma mensagem clara da eleição na semana passada. Não acho que todo mundo me apoie em tudo [...], mas tem mais gente que me apoia neste assunto do que gente que me elegeu."

Além da questão tributária e da criação de empregos, o presidente citou uma ampla reforma migratória como prioridade no novo mandato.

 

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