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15/11/2012 - 15h30

Análise: País viveu dez anos de mudança rápida e oportunidades perdidas

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DAVID PILLING
DO "FINANCIAL TIMES"

Na década transcorrida desde que Hu Jintao se tornou secretário geral do Partido Comunista, a China cresceu de US$ 1,5 trilhão e da sexta posição mundial para US$ 7,3 trilhões e o segundo lugar, abaixo apenas dos EUA.

Quando ele assumiu, 38% da população vivia nas grandes cidades do país, ante 50% hoje, e só 45 milhões de chineses usavam a Internet. No final de seu mandato, quase 600 milhões de seus compatriotas estão conectados.

Para um presidente ocasionalmente criticado por ter liderado o país durante uma "década perdida", o histórico de Hu não parece tão ruim.

A China redirecionou investimentos das províncias costeiras para as do interior, eliminou impostos sobre a agricultura, criou os rudimentos de um sistema de previdência social, sediou uma Olimpíada, colocou um homem no espaço e sobreviveu à crise financeira mundial por meio do maior pacote de estímulo da história.

Essas realizações impressionam. Mas Hu Jintao talvez seja recordado ainda mais pelos seus fracassos. "Em termos de criação de riqueza, os dez anos passados foram muito bem-sucedidos", disse Mao Yushi, um influente economista liberal.

Mas, em termos de reforma econômica, Mao dá nota zero a Hu. Critica o líder por falar sobre reequilibrar a economia enquanto permitiu que ela se desequilibrasse ainda mais. "Cedo ou tarde, haverá uma crise", ele prevê.

É difícil adivinhar até que ponto a situação pode mudar sob Xi Jinping. Acadêmicos dizem que será preciso progresso real em direção à democracia, para evitar que as tensões sociais aflorem.

Na economia, a mudança já começou. O mais recente plano quinquenal chinês fala de crescimento mais lento, de 7% ao ano. É razoável supor que a economia chinesa dobrará de tamanho na gestão de Xi e ficará maior que a dos EUA em termos de poder aquisitivo comparado.

Hu mais que quadruplicou o tamanho da economia, e há quem o veja como fracasso. A esperança de Xi será a de que baste dobrá-lo para ser considerado um sucesso.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

 

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