Gaza acusa soldados de Israel de matar palestino após tiros na fronteira

O governo da faixa de Gaza informou que um palestino morreu e outros oito ficaram feridos em uma série de disparos de soldados israelenses na manhã desta sexta-feira na região de fronteira. O Exército de Israel não comentou sobre a operação.

Caso confirmada, a ação será a primeira após o cessar-fogo entre israelenses e palestinos determinado na quarta (21), após oito dias de confrontos. Nos combates, 162 palestinos e seis israelenses morreram e outros 1.500 ficaram feridos nos dois lados.

Segundo o porta-voz do Ministério da Saúde do governo de Gaza, Ashraf al Qedra, o morto é o agricultor Anwar Qdeih, 23, que foi atingido ao leste da cidade de Jan Yunis. Outros oito camponeses ficaram feridos e foram levados a um hospital da cidade.

Testemunhas afirmam que os palestinos foram baleados ao visitar suas terras, próximas à fronteira com Israel, quando soldados israelenses dispararam de um posto de observação.

Em entrevista à agência de notícias Reuters, um dos parentes de Qedih, que não foi identificado, diz que ele tentou colocar a bandeira do movimento radical Hamas, que governa Gaza, em uma cerca na região de fronteira quando foi baleado.

O Exército de Israel informou que está checando se o ataque realmente ocorreu. O Hamas disse que entrará em contato com o Egito, mediador do cessar-fogo, para relatar o incidente e cobrar uma resposta de Israel.

ACORDO

Segundo o documento que selou a trégua, israelenses e palestinos deveriam terminar os combates, mas ainda seria determinada a data para que cidadãos dos dois lados da fronteira pudessem transitar pela área próxima à linha divisória entre os territórios.

Médicos de Gaza informaram que outros sete palestinos foram baleados por soldados israelenses ao lado da cerca que divide a região desde o início do cessar-fogo. Os militares do Estado judaico informaram que pelo menos 200 "vândalos palestinos" tentaram cruzar a cerca.

Desde o início do ano, a região de fronteira está sob tensão por causa do crescimento do número de foguetes lançados de Gaza para Israel. O patrulhamento do lado israelense foi reforçado para evitar invasões.