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05/12/2012 - 05h25

Área sob disputa já possui princípio de infraestrutura para casas

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MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM

Conhecida como E1, a área que deflagrou uma nova ofensiva diplomática contra Israel é um vazio árido ocupado por esparsos acampamentos beduínos, às margens da estrada que liga Jerusalém a Jericó.

Situada numa das colinas pedregosas no caminho para o mar Morto, ela está delimitada desde 1999 como parte dos planos de expansão de Maale Adumim, uma das maiores colônias israelenses na Cisjordânia.

O projeto foi congelado por pressão internacional, mas um princípio de infraestrutura urbana já é visível, como uma estrada de três pistas e preparação para instalações de luz e esgoto.

Embora não tenha marcado o início das construções, Israel afirma ter desengavetado os planos e que começará em breve os trabalhos de zoneamento para a nova área residencial.

Da colina na área E1, onde há apenas uma solitária estação de polícia israelense, é possível ver o mar Morto e os limites de Jerusalém Oriental, área ocupada por Israel em 1967, junto com a Cisjordânia.

A palavra assentamento pode dar a impressão de um empreendimento modesto, mas Maale Adumim, com 40 mil habitantes, é uma pequena cidade, com shoppings, parques, lojas de grife e casas espaçosas.

A maioria de seus moradores considera o assentamento parte de Jerusalém e rejeita a pressão internacional sobre o país.

"Nasci aqui e não vejo diferença entre Maale Adumim e Tel Aviv", diz Tomer Azulay, 23, estudante de informática que paga as contas como garçom num café.

Cerca de 500 mil israelenses vivem em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia.

A menos de 1 km dali, na aldeia palestina de Abu Dis, retratos de Iasser Arafat decoram as ruas, mas não há homenagens a políticos do presente.

No campus da universidade Al Quds, que fica no vilarejo, estudantes criticam mais uma expansão israelense, mas não poupam o presidente palestino, Mahmoud Abbas.

Numa roda de amigos num intervalo das aulas, a conversa era marcada pelo desgosto com as manobras diplomáticas de Abbas.

"O novo status na ONU não significa nada para mim", diz o estudante de economia Atef, 21. "Na prática, continuo sem Estado e sob ocupação israelense."

Lina, 20, estudante de ciências políticas, diz que, apesar de morar em Jerusalém, a menos de 10 km da universidade, demora quase uma hora para chegar por causa do muro construído por Israel.

"A diplomacia não vai derrubar esse muro. O Hamas provou que só a resistência pode dobrar Israel", diz Lina, ecoando o apoio entre muitos palestinos obtido pelo movimento islâmico após a recente ofensiva israelense em Gaza.

A perspectiva de que Israel leve à frente os planos de construir na área E-1, contudo, são remotos, dizem analistas israelenses.

Para Emanuel Rosen, comentarista político do canal 10, por enquanto não passa de uma bravata do governo israelense para ganhar pontos com a extrema direita na eleição marcada para janeiro.

 

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