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11/12/2012 - 05h40

Assessora de Assad se encontrou com Temer

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ISABEL FLECK
DE SÃO PAULO
FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA

Alta assessora do ditador sírio, Bashar Assad, Bouthaina Shaaban teve um encontro informal no fim de novembro com o vice-presidente Michel Temer em São Paulo.

Segundo fontes do governo brasileiro, Shaaban --a quem já havia sido negado um pedido para se encontrar com a presidente Dilma Rousseff em março deste ano-- não chegou a solicitar reuniões oficiais com membros do governo. Nem foi a Brasília.

O encontro teria ocorrido durante uma recepção feita por um pequeno grupo da comunidade árabe em São Paulo --da qual Temer, descendente de libaneses, é próximo.

"Não foi nada especial, nada oficial", disse Temer ontem, em Brasília. Segundo ele, a reunião foi "de natureza privada". "Ela simplesmente dizia que eles querem fazer eleições lá na Síria, (...) com a supervisão da ONU."

"Mas essa matéria já foi levada ao mediador [das Nações Unidas] e não houve ajustamento entre a oposição e o governo sírio", completou.

Fontes diplomáticas revelaram à Folha que, em março, quando Shaaban não foi recebida por Dilma, a presidente já considerava que o governo Assad "tinha mais culpa" pelo banho de sangue do que os rebeldes.

Em setembro, o vice-chanceler sírio, Faisal al Miqdad, também tentou se reunir com o chanceler Antonio Patriota em Nova York, mas sem sucesso. A justificativa, desta vez, foi questão de agenda.

O Itamaraty diz que mantém os canais abertos com o governo sírio, por meio de seu embaixador no Brasil, Mohammed Khaddour.

As mesmas fontes, porém, dizem que o regime já "sentiu que houve uma mudança" de posição do Brasil. Nos últimos meses, o país apoiou resoluções condenando a violência na Síria nos fóruns da ONU em Genebra e em Nova York.

Enquanto a assessora veio ao Brasil, Al Miqdad esteve no Equador, na Venezuela e em Cuba para sondar a possibilidade de receber asilo, segundo o "Haaretz".

Em entrevista à Folha, o presidente do Equador, Rafael Correa, confirmou a visita, mas negou que ele tenha pedido asilo. No Brasil, Shaaban teria sondado empresários sobre a recepção de altos membros do regime aqui.

 

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