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08/01/2013 - 18h03

Guru indiano diz que vítima de estupro coletivo também é culpada

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DA AFP, EM NOVA DÉLI

Um popular líder espiritual chamou a atenção nesta terça-feira na Índia ao afirmar que o violento estupro coletivo de uma estudante de 23 anos foi culpa também da vítima. O guru Asharam, conhecido por seus seguidores como "Bapu" (ou "pai"), disse a seus devotos que não culpem só os agressores e pediu o perdão deles.

O crime aconteceu no último dia 16, na capital indiana. A estudante e o namorado, de 28 anos, seguiam para casa num ônibus, após irem ao cinema, quando foram abordados pelos criminosos. Os dois foram espancados, e a garota foi estuprada pelos criminosos e violentada com uma barra de ferro durante 40 minutos. Depois, as duas vítimas foram despidas e jogadas do ônibus em movimento. No total, seis foram presos acusados de envolvimento no crime.

"Esta tragédia não teria acontecido se ela tivesse evocado o nome de Deus e caído sobre os pés de seus agressores. O erro não foi cometido apenas de um lado", disse o líder espiritual em vídeo publicado na internet.

O guru de 71 anos foi alvo de duras condenações públicas. Seu depoimento foi o mais recente após uma série de gafes de figuras públicas na Índia culpando as mulheres pela epidemia de estupro no país.

O porta-voz do partido nacionalista hindu Bharatiya Janata (BJP), Ravi Shankar Prasad, definiu a declaração como "profundamente dolorosa e inoportuna". "Fazer esta declaração relacionada a um crime que chocou a consciência do país não é apenas infeliz como também profundamente lamentável", disse Prasad à imprensa.

O jornal "Hindu" lamentou que um homem religioso se "rebaixasse tanto". O editorial do jornal criticou ainda políticos que integram a maioria do Congresso, assim como o BJP, por seus comentários sexistas sobre o caso e a necessidade de as mulheres viverem de uma forma tradicional em casa.

"Asharam merece ser condenado com duras repreensões. Esta noção de uma sociedade ideal tem sua raiz em preconceitos que engendraram numa cultura de violência contra as mulheres. O incidente em Déli é a sua pior e mais recente manifestação", afirmou.

 

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