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Irã proíbe opositores de disputar eleição
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SAMY ADGHIRNI
DE TEERÃ
O procurador-geral da república do Irã disse ontem que Mir Hossein Mousavi e Mehdi Karoubi, os dois líderes da oposição em prisão domiciliar por orquestrar protestos antirregime, não poderão concorrer à eleição presidencial de 14 de junho, a menos que se arrependam de seus atos.
O aviso de Gholam Hossein Mohseni Ejehi surge em meio a sinais de nervosismo das autoridades à medida em que se aproxima o primeiro voto para presidente desde a contestada e turbulenta reeleição de Mahmoud Ahmadinejad, em 2009.
"Se [Mousavi e Karoubi] não se arrependerem, eles não serão autorizados a participar", disse Mohseni Ejehi, citado pela mídia local.
No Irã, candidaturas políticas passam por avaliação ideológica antes de ser avalizadas.
CREDENCIAIS
Apesar de já terem ocupado altos cargos no Estado e de ostentar incontestáveis credenciais religiosas, Mousavi e Karoubi foram acusados pelo procurador-geral de ter cometido "atrocidades contra o Estado e a nação".
Candidatos derrotados em 2009, os dois políticos reformistas lideraram uma revolta popular contra a suposta fraude que garantiu a permanência na Presidência do conservador Ahmadinejad.
Eles estão em prisão domiciliar desde fevereiro de 2011, quando promoveram protestos em solidariedade às nascentes revoltas nos países árabes.
Na eleição parlamentar do ano passado, único pleito nacional desde 2009, reformistas tiveram suas candidaturas barradas ou preferiram boicotar a votação.
O cenário político iraniano se resume hoje a facções conservadoras que competem para emplacar o candidato favorito da cúpula do regime, numa disputa indefinida.
TERCEIRO MANDATO
Impedido por lei de concorrer a um terceiro mandato consecutivo, Ahmadinejad pretende alistar um aliado.
Mas especula-se que seu candidato seja barrado devido aos atritos que o presidente acumula com religiosos, militares e até mesmo com o líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, autoridade máxima do Irã.
O líder supremo avisou na semana passada que não permitirá acusações de manipulação eleitoral.
Já a Guarda Revolucionária, força de elite do regime, sinalizou possíveis planos de interferência ao reivindicar a responsabilidade de "arquitetar as eleições de forma lógica e racional". A guarda em seguida acabou recuando da declaração.
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