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22/01/2013 - 18h33

Obama e Netanyahu terão aproximação forçada, caso israelense se reeleja

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DA AFP, EM WASHINGTON

O presidente americano, Barack Obama, e o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, devem encontrar uma fórmula para se aproximar e não minar as ligações históricas de seus países, caso se confirme a vitória do último nas eleições desta terça (22), apesar de suas divergências sobre o programa nuclear iraniano expressadas em 2012.

A relação entre Obama, que recém-empossado para seu segundo mandato, e o chefe de governo israelense, cuja vitória é esperada pela pesquisa de boca de urna, não foi além do mero contato protocolar entre dois governantes, ao contrário de outras épocas.

Em março de 2010, o presidente americano preferiu jantar em família do que com Netanyahu depois de ter se reunido com ele na Casa Branca para discutir a colonização israelense.

Pouco mais de um ano depois, em maio de 2011, o primeiro-ministro israelense rejeitou, no Salão Oval, na frente das câmeras de televisão e diante de um Obama impassível, a proposta de um Estado palestino com base nas fronteiras de 1967.

Em setembro do ano passado, o presidente dos Estados Unidos, que nunca realizou uma visita oficial a Israel, evitou --com muito tato-- um encontro com Netanyahu durante a Assembleia-Geral da ONU em Nova York.

Na tribuna e diante de mandatários de todo o mundo, o líder israelense pediu que seu homólogo americano estabelecesse "linhas vermelhas" ao controverso programa nuclear de Teerã, ameaçando efetuar ataques preventivos.

Obama não cedeu e segue priorizando as sanções econômicas contra o Irã, além de defender as negociações.

PRÓ-ROMNEY

Irritado com o presidente democrata, Netanyahu, líder inconteste da direita israelense, não escondeu a sua preferência pelo adversário republicano de Obama nas eleições presidenciais de novembro, Mitt Romney.

O último golpe nas relações entre ambos os líderes ocorreu na semana passada: Netanyahu declarou que "os cidadãos israelenses são os únicos que decidem quem representará fielmente os interesses vitais do Estado de Israel".

Netanyahu respondeu assim aos comentários de um editorialista americano, que supostamente tinha se reunido em particular com Obama depois de a ONU ter aceitado a Palestina como novo Estado observador não membro. Ele havia afirmado que "Israel não sabe qual é seu próprio interesse".

Já Obama teria criticado a covardia de Netanyahu frente ao lobby dos colonos, prejudicando o processo de paz entre palestinos e israelenses, estagnado desde setembro de 2010 e que o presidente americano não conseguiu relançar.

COOPERAÇÃO

Apesar disso, ambos os países manifestam constantemente que "suas relações estão mais fortes do que nunca" por serem aliados históricos e pelo fato de os Estados Unidos serem o lar da maior comunidade judaica da diáspora.

De fato, as relações bilaterais e institucionais nunca foram tão sólidas, segundo analistas.

"Por um lado, nunca houve um descompasso tão grande entre um primeiro-ministro israelense e um presidente americano. Mas, por outro, a relação política, a cooperação militar, a assistência em segurança, o apoio da opinião pública americana, tudo isso funciona muito bem", afirmou Aaron David Miller, vice-presidente do Centro Internacional Woodrow Wilson, com sede em Washington.

Seu colega Daniel Kurtzer, ex-embaixador americano em Israel e especialista da Universidade de Princeton, considerou que em "2012 se reconstituídos os vínculos" entre os dois governantes.

Como prova disso, citou o apoio de Obama a Israel durante a operação em Gaza de 14 a 21 de novembro e o voto dos Estados Unidos contra a aspiração da Palestina de se tornar um Estado observador na ONU.

Além disso, em relação ao programa nuclear iraniano, maior ponto de desavenças entre ambos os países, o presidente americano repetiu diversas vezes que não permitirá que Teerã consiga produzir a bomba atômica, o que parece ter convencido Israel a não realizar uma ação unilateral, considerou Tamara Cofman Wittes, da Brookings Institution.

 

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