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28/01/2013 - 03h00

China passa por lenta recuperação econômica

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KEITH BRADSHER
DO "NEW YORK TIMES"

GUANGZHOU, China - Depois de uma forte desaceleração econômica no ano passado, a economia da China está crescendo de novo - não em seu ritmo anterior de dois dígitos, mas sim com sinais de que a inflação poderá se tornar novamente um problema.

As lojas estão lotadas, os canteiros de obras mostram uma atividade renovada e as fábricas estão contratando enquanto as exportações e a demanda interna se recuperam -tendências salientadas por dados do governo.

Os números sobre a produção industrial, os investimentos em ativos fixos, as vendas no varejo e a produção econômica em geral deverão mostrar que a economia chinesa, a segunda maior do mundo depois da americana, está se expandindo novamente.

Embora alguns setores, como a fabricação de automóveis, ainda sofram com estoques inchados, comerciantes como Liu Licai, que vende utensílios domésticos no sul da China, começam a fazer mais encomendas aos fornecedores, mantendo as fábricas ativas. "Os negócios cresceram mais de 10% nos últimos meses", disse Liu.

Forbes Conrad/The New York Times
Comerciantes notam recuperação nas vendas depois da desaceleração em 2012; mercado de carne em Zhuhai
Comerciantes notam recuperação nas vendas depois da desaceleração em 2012; mercado de carne em Zhuhai

Mas as importações da China aumentam menos que suas exportações, dificultando que o país tire a economia global de sua depressão dos últimos cinco anos. Até o ano passado, o governo chinês estabeleceu a meta de crescimento anual de 8%. Mas, em março, a reduziu para 7,5%. "O índice potencial de crescimento da economia caiu", disse Stephen Green, economista dos escritórios da Standard Chartered em Hong Kong. "Você não precisa estar em dois dígitos para ter inflação."

Os preços subiram mais depressa em dezembro, segundo dados do governo chinês. Os preços ao consumidor aumentaram 2,5% em relação ao ano anterior, o ritmo mais rápido desde maio.

Os economistas dizem que o verdadeiro índice da inflação é até o dobro da taxa oficial, por causa de problemas metodológicos nos cálculos da inflação na China.

Green e outros advertiram que a verdadeira inflação no nível do consumidor poderá alcançar 5% no quarto trimestre e levar a um aumento das taxas de juros pelo banco central da China.

Os preços no produtor caíram 1,9% em dezembro em comparação com o ano anterior, a menor queda desde maio passado.

No início de uma recuperação econômica, o aumento de preços tende a ser um sinal de que a economia pode não ter muita capacidade excedente para ser aplicada rapidamente na produção.

Tang Chun, dona de uma fábrica de molduras em Guangzhou, queixou-se dos custos crescentes de suprimentos como alumínio, acrílico e vidro. Segundo ela, os compradores não têm confiança para aceitar preços mais altos, temendo que não consigam repassá-los para os clientes no varejo.

"Todos os custos possíveis estão aumentando, incluindo os de matérias-primas e meu aluguel, mas eu não posso subir os preços. Tudo está saindo das minhas margens de lucros", disse Tang.

Segundo os economistas, os aumentos gerais de preços refletem amplas mudanças na economia chinesa. A China está abarrotada de dinheiro, já que o governo expandiu a oferta monetária nos últimos cinco anos. A oferta monetária na China hoje é maior que a dos EUA, apesar de a economia chinesa ter a metade do tamanho da americana.

Nos últimos anos, a China parecia estar expandindo suas fábricas tão depressa, e os trabalhadores se mudavam para as cidades tão rapidamente, que o país poderia sustentar um crescimento acelerado apenas usando plenamente essas fábricas e esses trabalhadores. Mas uma escassez de mão de obra emergente, especialmente de jovens trabalhadores, mudou esse quadro. A política de filho único do país e um número maior de anos de estudos fazem com que menos jovens estejam entrando na força de trabalho.

Colaborou Hilda Wang

 

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