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Berlusconi defende Mussolini e causa revolta na esquerda na Itália
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DA REUTERS, EM ROMA
O ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi, 76, causou revolta neste domingo aos rivais da esquerda após fazer comentários defendendo o líder fascista Benito Mussolini, em uma cerimônia em memória das vítimas do Holocausto nazista.
Nos bastidores de um evento em Milão, Berlusconi disse que Mussolini errou ao seguir a Alemanha nazista aprovando leis antijudeus, mas que em outros aspectos foi um bom líder.
"Hoje é difícil se colocar no lugar das pessoas que tomavam decisões à época. Obviamente o governo da época, por medo de que o poder alemão pudesse levar à vitória completa, preferiu se aliar à Alemanha de Hitler do que se opor a ela".
"Como parte dessa aliança, havia imposições, como combater e exterminar judeus", afirmou ele aos repórteres. "As leis raciais foram a pior falha de Mussolini como líder, ele que em tantos outros aspectos se saiu bem", disse, referindo-se às leis aprovadas pelo governo fascista de Mussolini em 1938.
Embora Mussolini seja conhecido fora da Itália sobretudo por seu conluio com a Alemanha nazista, seu governo também bancou grandes projetos de infraestrutura, assim como o bem-estar de seus apoiadores.
Os comentários de Berlusconi eclipsaram as comemorações de milhares de judeus e outros deportados da Itália para campos de concentração nazistas no leste europeu.
Eles (os comentários) foram classificados de "repugnantes" pelo Partido Democrata (PD), que lidera as pesquisas para a eleição parlamentar de 24 e 25 de fevereiro.
"Nossa república é baseada na luta contra o fascismo nazista, e estes comentários são intoleráveis, incompatíveis com a liderança de forças políticas democráticas", disse Marco Meloni, porta-voz do PD para assuntos institucionais.
Antonio Ingroia, ex-magistrado anti-máfia em campanha à frente de outra coalizão esquerdista, disse que Berlusconi é "uma desgraça para Itália".
AMBÍGUO
Não foi a primeira vez que Berlusconi defendeu Mussolini, cuja situação permanece profundamente ambígua na Itália 67 anos depois de sua execução por militantes comunistas enquanto tentava fugir para a Suíça, em abril de 1945.
Muitos políticos italianos, incluindo Gianfranco Fini, presidente da câmara baixa do parlamento, vêm das alas do antigo Movimento Social Italiano, oriundo do partido fascista, embora tenham renunciado à extrema direita.
"Temos que ser cuidadosos para que estas faíscas, que são recorrentes, não tragam de volta tragédias que a humanidade não deve sofrer novamente", declarou o premiê demissionário, Mario Monti, neste domingo.
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