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Partido de premiê espanhol nega ter utilizado caixa dois
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O Partido Popular, ao qual pertence o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, negou nesta quinta-feira, por meio de um comunicado, as acusações de ter feito pagamentos não contabilizados aos líderes do partido, após acusação do jornal "El País".
O jornal espanhol publicou, na edição desta quinta-feira, imagens de cadernos de contabilidade do partido utilizados entre 1990 e 2008, que continham anotações de pagamentos a vários líderes, entre eles Rajoy, que teria recebido cerca de 25 mil euros (R$ 67 mil) por ano, durante 11 anos.
Paul White/Associated Press | ||
Premiê espanhol, Mariano Rajoy, no centro de uma denúncia de corrupção em seu partido, o PP |
Em comunicado divulgado hoje, o partido nega as acusações: "O PP não tem conhecimento das notas manuscritas publicadas nem do seu conteúdo e não reconhece os livros como deste partido". Ainda informou que já ordenou uma auditoria em suas contas.
Na mesma nota, o partido afirma que todos os pagamentos do partido aos seus líderes e funcionários foram efetuados de maneira oficial, contabilizada e dentro das regras fiscais e legais. "Não existe uma contabilidade oculta no PP".
As contas destacadas por "El País" seriam uma contabilidade paralela do partido, onde eram registradas as doações de empresas, especialmente construtoras, e as saídas de dinheiro por meio de pagamentos realizados aos dirigentes, onde constam nomes e valores.
Os pagamentos alegados podem não ser ilegais se os líderes declararem o recebimento da renda em seus informes. Porém, o partido afirmou que não efetua pagamentos que não sejam os contabilizados nos livros oficiais do partido.
O escândalo atinge Rajoy no momento mais agudo da crise do país, que está sob forte recessão, insatisfação da população e com o índice de desemprego beirando os 27%, a maior taxa da zona do euro.
Até recentemente, os partidos políticos espanhóis eram autorizados a receber doações anônimas, no entanto, essas entradas deveriam ser registradas no livro oficial de contas.
O PSOE (Partido Socialista Espanhol), da oposição, se manifestou dizendo que "Rajoy não pode ficar calado", via microblog Twitter.
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