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06/02/2013 - 04h00

Sindicatos veem manobra de Cristina ao congelar preços

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SYLVIA COLOMBO
DE BUENOS AIRES

Os sindicatos de trabalhadores não alinhados ao governo kirchnerista criticaram ontem o congelamento de preços anunciado pelas principais redes de supermercados do país. O acordo com o governo passou a vigorar ontem e vai até o início de abril.

Para o líder da CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores), Hugo Moyano, a medida visa prejudicar as negociações por aumentos salariais, marcadas para abril.

Os sindicatos usam a inflação como base e pedem reajuste de 24% a 28%. O governo não quer ceder em mais de 20%. O acordo com as cadeias de supermercados foi fechado anteontem, a pedido do secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno.

Ele, que regularmente pressiona os empresários argentinos para não elevar preços, pediu o congelamento dos itens da cesta básica e de eletrodomésticos depois que o FMI (Fundo Monetário Internacional) advertiu a Argentina, na última sexta-feira.

O FMI considerou que o país não está fazendo os esforços suficientes para dar transparência às suas estatísticas.

Desde 2007, o Indec (IBGE argentino) está sob intervenção do governo e seus índices são suspeitos de ser maquiados. Segundo o instituto, a inflação do país é de 10%. Consultorias privadas estimam algo entre 25% a 30%.

O FMI deu prazo até o fim de setembro para voltar a avaliar o país. A advertência é um primeiro passo para uma eventual expulsão do organismo, no prazo de um ano, caso a Argentina não se adeque. A admoestação ao governo de Cristina Kirchner foi a primeira do gênero dada pelo FMI a um país, em toda sua história.

NOVO ÍNDICE

No sábado, o ministro da Economia, Hernan Lorenzino, anunciou que o governo criará um novo índice, mas não especificou detalhes de como irá funcionar.

Ontem, as grandes redes de eletrodomésticos aderiram ao congelamento. A Secretaria de Comércio Interior tentava ainda convencer as cadeias médias de supermercados e os mercados chineses (muito comuns nas grandes cidades) a participar.

"Vamos aderir desde que nossos fornecedores se comprometam a mandar mercadoria sem os aumentos", diz Miguel Calvete, da câmara dos supermercados chineses.

 

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