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Influência dos EUA teria barrado ascensão de general mexicano
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GINGER THOMPSON
RANDAL C. ARCHIBOLD
ERIC SCHMITT
DO "NEW YORK TIMES"
Quando as Forças Armadas mexicanas promoveram seu desfile anual do Dia da Independência, em setembro, a praça principal da Cidade do México se encheu de espectadores que aplaudiram os militares. Em Washington, a mais de 3.000 km de distância, autoridades americanas também acompanhavam os acontecimentos.
Mas não eram os helicópteros sobrevoando a praça que chamavam sua atenção. Era o homem escolhido para encabeçar o desfile, o general Moisés García Ochoa, que, por tradição, normalmente se torna o próximo ministro da Defesa mexicano.
A administração Obama tinha muitos receios em relação ao general, entre eles a suspeita da DEA (órgão responsável pela repressão às drogas) de que Ochoa teria ligações com narcotraficantes e a do Pentágono de que ele teria feito mau uso de equipamentos militares e lucrado com contratos de defesa no valor de milhões de dólares.
Nos dias que antecederam a posse presidencial mexicana, em 1º de dezembro, o embaixador americano no México, Anthony Wayne, reuniu-se com assessores seniores do presidente Enrique Peña Nieto para expressar preocupação com a possível promoção do general.
Essa comunicação por vias secundárias proporciona um vislumbre raro do profundo envolvimento do governo dos EUA nos assuntos de segurança mexicanos. A atuação dos EUA numa escolha para o gabinete mexicano também destaca as tensões e desconfianças existentes entre os dois governos, não obstante as declarações de cooperação e amizade.
Oficialmente, o general García Ochoa, 61 anos, é um oficial exemplar. Foi aluno e instrutor de programas de treinamento militar americanos. É autor de três livros, um dos quais sobre o papel das Forças Armadas no combate às drogas.
Ele já era um dos candidatos ao cargo de ministro de Defesa, e pessoas que o conhecem disseram que ele esperava que o apoio dos EUA lhe garantisse uma vantagem sobre os outros candidatos. O que Ochoa não sabia era que os EUA estavam fazendo campanha contra ele, na surdina. Autoridades americanas haviam apelidado o general, sem que ele soubesse, de "Mr. Ten Percent" (Sr. Dez Por Cento), indicando suas suspeitas em relação a como ele maneja contratos.
García Ochoa acabou não ficando com o cargo, que foi entregue ao general Salvador Cienfuegos Zepeda.
García Ochoa foi despachado para uma base militar no Estado de Coahuila, na fronteira norte do país, uma região repleta de fugas de presos vinculados aos cartéis, corrupção policial e assassinatos políticos.
Ainda não está claro se Washington exerceu papel central em determinar a sorte do general. Enquanto isso, o jornal mexicano "El Universal", em uma coluna, discutiu se o posto novo e perigoso do general seria uma prova da confiança que o governo sente nele ou um rebaixamento cujo objetivo seria forçá-lo a pensar numa aposentadoria precoce.
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