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Governo provoca autocensura na mídia equatoriana, diz jornalista
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SYLVIA COLOMBO
DE BUENOS AIRES
Em agosto de 2011, o jornalista Emilio Palacio, 59, deixou o Equador para evitar ter de cumprir uma pena recebida por criticar o presidente Rafael Correa.
Palacio foi condenado junto aos três proprietários do jornal em que trabalhava, o "El Universo", de Guayaquil, por ter escrito uma coluna que questionava a ação de Correa numa revolta policial e chamava o presidente de ditador. Além dessa causa, também se defende em processo movido por uma TV pública que o chama de fascista.
Palacio pediu asilo político aos EUA e, desde então, se instalou em Miami com a mulher e os dois filhos. Sobrevive de palestras e artigos por encomenda para jornais estrangeiros.
À Folha, o jornalista diz que a autocensura dos meios independentes e a expansão dos governistas acabou com a imprensa livre no Equador.
"Já não se pode dizer mais nada. O entrevistador finge que entrevista, o entrevistado finge que responde."
Leia, abaixo, os principais trechos da entrevista.
Folha - Qual a situação da mídia independente no Equador?
Emilio Palacio - Simplesmente não existe. Nos jornais independentes impera a autocensura. Por outro lado, temos a rede governista expandindo-se, comprando e expropriando meios. A saída é montar algo de fora do país e virtual. É nesse projeto que estou trabalhando.
Correa vai ganhar no 1º turno?
Vai ganhar, mas não creio que tenha votos para levar no primeiro turno, a não ser que haja fraude, o que é possível.
Que apoios faltam ao governo?
Ele não tem boa parte dos empresários, nos quais se apoia a candidatura Lasso, nem das minorias étnicas, que estão com a esquerda. Sua influência é mais nas classes menos favorecidas e em parte da classe média.
Mas vejo mais divisão do voto popular no Equador do que na Venezuela. Ali, Chávez tem os sindicatos e os movimentos sociais na mão. No Equador isso é diferente, está mais pulverizado.
A doença de Chávez tem impacto na eleição equatoriana?
Ao contrário do que muitos pensam, os apoiadores de Correa não são chavistas. Quem segue Correa segue Correa, não segue Chávez nem Fidel [Castro, ex-ditador cubano]. O voto equatoriano é voltado para os problemas internos. A projeção como líder fora é algo que Correa deseja, não necessariamente os equatorianos.
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