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22/02/2013 - 05h00

Mistério sobre Chávez inclui até o andar onde ele está internado

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ISABEL FLECK
ENVIADA ESPECIAL A CARACAS

Se tudo o que envolve a volta de Hugo Chávez à Venezuela é rodeado de segredos, o grau máximo de sigilo concerne às condições de sua internação no hospital militar de Caracas.

Ninguém sabe ao certo em que lugar do complexo o comandante estaria --especula-se que o nono andar da ala norte esteja todo fechado para ele desde segunda-feira, mas não há confirmação do governo ou do hospital.

Não se sabe se teria sido internado numa unidade intensiva ou semi-intensiva, ou se poderia receber a visita de familiares e pessoas próximas.

E foi certamente para não deixar que essas informações vazassem que o governo optou por um hospital público --que não tem a excelência das clínicas privadas do país--, mas militar --onde é possível ter mais controle sobre quem entra e sobre a informação que sai.

Teria sido esse também o motivo da escolha pela cirurgia em Cuba e não no Brasil, onde se trataram do câncer o paraguaio Fernando Lugo, o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff.

O Hospital Militar Dr. Carlos Arvelo, que fica em San Martín, região das menos abastadas de Caracas, é um dos melhores entre os públicos e hoje já não atende apenas familiares de militares.

Nesta semana, experimentou movimento atípico, com chavistas, curiosos, jornalistas e um reforço na segurança, com a presença de homens da inteligência militar.

No entanto, mesmo com toda essa movimentação, a política de entrada do complexo não tem sido das mais rigorosas. Para passar, basta apresentar a identidade --só os jornalistas são barrados-- e passar por um detector de metais, que fora instalado na portaria no início da semana.

Os carros são parados por militares, mas não há inspeção rigorosa, e a entrada de ambulâncias não entra na fiscalização. Consultas, exames e visitas a pacientes internados não foram suspensos.

Para muitos, o esquema mais "light" adotado pelo hospital poderia ser uma indicação de que Chávez não está internado no local.

"Se ele estivesse aqui, haveria muito mais seguranças. Sempre por onde passa Chávez há um esquema muito forte, e aqui não tem", disse a dona de casa Marlene Palácio, 51, após deixar o hospital.

Somado a isso, há dois dias não se veem carros oficiais passando pela única entrada do hospital. Nem sequer se pode confirmar se o presidente boliviano, Evo Morales, esteve no local na última terça.

Para quem crê que Chávez está lá e se dispõe a ir ao hospital para demonstrar apoio, o governo montou uma tenda de "atenção ao soberano", onde se podem registrar as mensagens ao comandante.

 

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