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Casamento gay é "ataque destrutivo aos planos de Deus", disse Bergoglio
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DE SÃO PAULO
Em 2010, quando o Senado argentino aprovou o casamento gay, o então cardeal Jorge Bergoglio, eleito ontem novo líder da Igreja Católica disse que a decisão era "um ataque destrutivo aos planos de Deus".
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Embora ressalte que homossexuais merecem respeito, Bergoglio é contra o casamento gay.
A declaração foi duramente criticada pela presidente da Argentina, Cristina Kirchner, que disse que o discurso de Bergoglio sobre a questão remetia "aos tempos da cruzada".
"Eles estão retratando isso como uma questão religiosa e moral e uma ameaça à "ordem natural", quando o que estamos fazendo é olhar para a realidade", disse Kirchner.
Na época, Bergoglio também disse que uma criança precisava ter o direito de ser criada e educada por um pai e por uma mãe.
PERFIL
Bergoglio nasceu na capital argentina e, depois de cursar o seminário no bairro Villa Devoto, entrou para a Companhia de Jesus aos 19 anos, em 1958. Foi ordenado padre pelos jesuítas um ano depois, quando estudava teologia e filosofia na Faculdade de San Miguel.
De 1973 a 1979, ele foi provinciano pela Argentina e, a partir de 1980, reitor da faculdade de San Miguel --cargo que ocupou por seis anos. O papa obteve o título de doutor na Alemanha.
Foi nomeado bispo em 1992 e elevado a arcebispo em 1997, passando a chefiar a arquidiocese de Buenos Aires desde então. O argentino ingressou no Colégio de Cardeais em 2001.
Na Santa Sé, participava de diversos órgãos: era membro da Congregação para o Culto Divino e para a Disciplina dos Sacramentos, da Congregação para o Clero e da Congregação para os Institutos da Vida Consagrada e das Sociedades da Vida Apostólica, além do Conselho Pontifício para a Família e da Comissão Pontifícia para a a América Latina.
Ele era considerado "papável" desde o conclave que elegeu o alemão Bento 16 para suceder o polonês João Paulo 2º, em 2005. Com a renúncia do primeiro, o nome do arcebispo de Buenos Aires voltou a ficar entre os mais cotados ao posto de papa.
Em 2010, quando a modalidade foi permitida pela legislação argentina, o então arcebispo de Buenos Aires --que já disse que a adoção de uma criança por um casal gay é uma forma de discriminação ao jovem-- entrou em confronto com o governo de Cristina Kirchner. A presidente argentina, por sua vez, replicou dizendo que a posição da Igreja evocava a época medieval.
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