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31/03/2013 - 14h56

Militares sul-africanos mataram crianças-soldado na República Centro-Africana

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DA EFE

Vários soldados sul-africanos que estiveram na República Centro-Africana (RCA) relataram com horror como mataram crianças-soldado durante sua batalha contra as forças rebeldes do país, informou neste domingo o jornal "Sunday Times".

"Quando acabaram os disparos vimos que tínhamos matado crianças", declarou já de volta à África do Sul um dos militares que sobreviveu aos combates, nos quais os rebeldes centro-africanos da coalizão Séléka, agora no poder, mataram 13 soldados sul-africanos.

"Choravam, pediam ajuda, chamavam pelas mães", contou o militar ao jornal sul-africano.

A batalha aconteceu no sábado passado na capital da RCA, Bangui, antes que a coalizão Séléka tomasse a cidade e derrubasse o presidente centro-africano, François Bozizé.

"Matamos adolescentes que deviam estar na escola", disse outro dos soldados entrevistados.

A Unicef denunciou no último mês de janeiro o recrutamento de crianças-soldado por parte das tropas rebeldes e do governo.

Segundo dados da organização, antes da revolta dos rebeldes em dezembro do ano passado já havia na RCA 2.500 crianças recrutadas.

De acordo com a Unicef, apenas 48% das crianças está escolarizada nas áreas de conflito.

A África do Sul tinha desdobrados 400 soldados na RCA, em uma missão internacional conjunta com vários países africanos para proteger o país do avanço rebelde.

Os militares sul-africanos se enfrentaram durante várias horas com 3.000 rebeldes da Séléka nas imediações de Bangui.

No entanto, soldados sul-africanos se queixaram ao "Sunday Times" da deserção em massa dos militares do Exército centro-africano regular.

"Foram os primeiros a fugir. Quando foram disparados os primeiros tiros, foram os primeiros a desaparecer", declarou outro dos combatentes, que assegurou que soldados centro-africanos desertaram e atacaram seus aliados sul-africanos.

A morte de 13 soldados sul-africanos na RCA provocou entre os militares e a opinião pública duras críticas ao desdobramento de tropas no país centro-africano, que já tinha levantado polêmica por seu elevado custo e sua legitimidade.

Uma rebelião armada da coalizão Séléka liderada por Michel Djotodia acabou no domingo passado com dez anos de poder de Bozizé, que por sua vez tinha chegado ao poder mediante um golpe de Estado contra seu antecessor, Ange-Félix Patassé.

Djotodia se proclamou novo presidente da República, decretou a suspensão da constituição, a dissolução das instituições do país e anunciou que deixará o cargo em três anos.

 

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