Chávez ameaça nacionalizar bancos espanhóis se rei não se desculpar
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ameaçou nacionalizar os bancos espanhóis no país --Santander Central Hispano e BBVA-- caso o rei da Espanha, Juan Carlos, não se desculpe por ter exigido que o presidente venezuelano se calasse durante um debate com o premiê espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, na Cúpula Ibero-Americana, realizada no mês passado, no Chile.
"Até que o rei de Espanha peça desculpas, porque o rei de Espanha me agrediu, não há nada a fazer", disse Chávez. "As empresas espanholas, tenho uma lista, compraram uns bancos, vamos nacionalizá-los novamente para colocá-los a serviço dos venezuelanos".
Os bancos Santander e BBVA detêm 10,73% e 9,99% do mercado venezuelano respectivamente, atrás apenas dos nacionais Banesco (com 13,26%) e Mercantil (11,91%), segundo a consultoria Sofline, ouvida pela France Presse.
Referendo
Chávez encerrou ontem a campanha para o referendo de domingo (2) sobre a reforma constitucional com denúncias, advertências e acusações contra "inimigos" internos e externos.
As principais acusações foram contra os presidentes dos Estados Unidos, George W. Bush, e da Colômbia, Álvaro Uribe. Ele atribuiu ao americano planos para incitar a violência na Venezuela, e se queixou do colombiano, que cancelou a sua mediação no processo para troca de reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) por guerrilheiros presos.
O presidente venezuelano ameaçou interromper a exportação aos EUA 1,5 milhão de barris de petróleo diários, caso seja executada a suposta "Operação Tenazes" --que teria sido idealizada pela CIA para gerar violência em território venezuelano antes da divulgação do resultado do referendo.
Vestido com uma camisa vermelha, a cor de sua "revolução bolivariana", Chávez também ordenou aos militares que "ponham em andamento os planos especiais de proteção" e tomem os campos petrolíferos, junto aos trabalhadores.
Chávez também disse que o governo de Uribe pôs em risco a vida dos reféns das Farc ao interceptar as provas de vida dos seqüestrados. Ele afirmou que Uribe tomou a decisão de pôr fim a seu papel de mediador "seguindo ordens" dos EUA.
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