Saiba mais sobre Benazir Bhutto
A ex-premiê paquistanesa Benazir Bhutto, que foi morta nesta quinta-feira aos 54 anos em um atentado em Rawalpindi, foi a primeira mulher a comandar um Estado Islâmico.
Ela foi chefe de governo do Paquistão durante dois mandatos (1988-90 e 1993-96), mas não completou nenhum.
Greg Baker/AP |
Bhutto: ex-premiê governo Paquistão por dois mandatos, mas não completou nenhum |
A morte da líder paquistanesa acontece a duas semanas da realização de eleições no Paquistão, marcadas para 8 de janeiro. Benazir Bhutto deveria participar do pleito, pelo Partido Popular do Paquistão (PPP).
Ela era filha de Zulfikar Ali Bhutto, que foi premiê do Paquistão na década de 1970 e foi assassinado pelo ditador general Zia ul Haq. Com a morte de Zulfikar, a ex-premiê assumiu a direção do PPP, fundado por seu pai em 1967.
Bhutto nasceu em Karachi (sul do país) em 21 de junho de 1953. Estudou ciências políticas nas universidades de Harvard e Oxford.
Arte/Folha Online |
Com 24 anos voltou ao Paquistão, onde viu seu pai ser derrubado e assassinado por Zia poucos meses depois.
A partir de então, passou longos períodos detida ou em prisão domiciliar, até que em 1984 partiu para o exílio em Londres, de onde retornou dois anos depois para receber uma acolhida de um milhão de pessoas em Lahore.
Retorno
A morte do ditador Zia em um acidente de avião em agosto de 1988 e a realização de novas eleições a lançaram para o poder em 2 de dezembro do mesmo ano. No entanto, em 6 de agosto de 1990, o presidente Ishaq Khan a destitui por acusações de abuso de poder, nepotismo e corrupção, dissolveu a Assembléia e convocou um novo pleito.
B.K.Bangash/AP |
Atentado contra Bhutto ocorreu em Islamabad e deixou outras vítimas |
Bhutto voltou ao poder em outubro de 1993, mas após três anos foi novamente destituída por denúncias de corrupção e improbidade administrativa.
A "líder dos paquistaneses pobres", como ela mesmo se descreveu, optou então em 1999 por abandonar o Paquistão para um exílio voluntário, que só terminou em outubro deste ano, após um acordo com o ditador do país, Pervez Musharraf.
No dia 18 de outubro, no dia de sua volta ao país, violentos ataques atingiram o comboio que a seguia. Explosões ocorreram perto do caminhão blindado que levava a ex-premiê, matando mais de cem pessoas e deixando dezenas de feridos.
A ex-premiê tinha uma história ligada a atentados na família. Além da morte do pai, dois irmãos de Bhutto foram mortos em circunstâncias não esclarecidas. Um foi baleado em Karachi e o corpo do outro foi encontrado em um hotel na França.
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