Parlamento declara independência e Kosovo se torna novo país
O Kosovo declarou sua independência neste domingo, em relação à Sérvia, tornando-se assim um novo país.
"Nós, os líderes do nosso povo, democraticamente eleitos, através desta declaração proclamamos o Kosovo um Estado independente e soberano", disse o premiê kosovar, Hashem Thaçi. "Essa declaração reflete a vontade do nosso povo."
Hazir Reka/Reuters |
Premiê do Kosovo, Hashem Thaçi, e presidente do Parlamento, Jakup Krasniqi, em sessão que declarou independência em relação à Sérvia |
"O Kosovo é uma república --um Estado independente, democrático e soberano", disse o presidente do Parlamento, Jakup Krasniqi, durante a sessão extraordinária realizada hoje, para aprovar a declaração de independência.
A declaração foi aprovada por 109 votos a zero, com 11 deputados ausentes.
Milhares de cidadãos albano-kosovares e albaneses de países vizinhos já comemoravam desde ontem, nas ruas de Pristina, a iminente declaração da independência.
Na Sérvia, no entanto, a medida causou sensação de indignação e mal-estar diante da perda de sua Província, considerada o "berço" de sua nação. O governo sérvio já informou que deve decidir pela anulação da independência unilateral do Kosovo. A decisão foi adotada na quinta-feira (14), de forma antecipada, e deverá ser confirmada pelo Parlamento sérvio em uma sessão extraordinária que deve ocorrer no início da próxima semana.
O governo sérvio tinha rejeitado na quarta-feira passada de forma antecipada qualquer proclamação unilateral de independência de sua província, onde travou um conflito em 1999.
A Rússia também não deve reconhecer a independência. No fim do mês passado, o presidente russo, Vladimir Putin, reafirmou no final de janeiro ao presidente sérvio, Boris Tadic, a "categórica" oposição russa à independência dessa região de maioria albanesa.
Ermal Meta/Efe |
Albano-kosovares comemoravam à espera da declaração de independência do Kosovo |
"O reconhecimento da independência do Kosovo seria ilegal e imoral", disse Putin, que advertiu que o reconhecimento do novo Estado trará o retorno da instabilidade aos Bálcãs.
No Kosovo, há entre 100 mil e 120 mil sérvios, depois que mais de 200 mil deixaram a província nos últimos oito anos diante do cerco e das revanches dos extremistas albaneses.
Os que ficaram na província vivem agora no norte, vizinho ao resto da Sérvia, e em vários enclaves do centro e do sul.
A UE deu no sábado o sinal verde para o início de uma missão civil que deverá substituir a da ONU (Unmik) em um período transitório de quatro meses, uma operação que também teve a rejeição de Belgrado, por não contar com o apoio do Conselho de Segurança da ONU.
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