Rússia e Geórgia se reúnem para tentar diminuir tensões na região
A Rússia e a Geórgia realizaram nesta quarta-feira a primeira reunião desde a guerra em agosto, e mediadores disseram que houve uma "discussão produtiva" sobre como diminuir as tensões nas regiões separatistas do Cáucaso.
Representantes das Províncias separatistas Ossétia do Sul e Abkházia, apoiadas por Moscou, também participaram das sessões de trabalho que procuram encontrar formas de reduzir os riscos de novos episódios de violência.
Arte/Folha Online |
Tanto a Rússia quanto a Geórgia pediram a mediadores que elaborem propostas para evitar novos incidentes de segurança e para resolver disputas locais, enquanto deixam de lado outras questões políticas por enquanto, afirmou Pierre Morel, representante especial da União Européia (UE).
"Todos os participantes nesses grupos de trabalho estão totalmente engajados em uma discussão produtiva sobre as questões chave para a segurança e estabilidade da região, e dos deslocados, assim como dos refugiados", disse Morel, em coletiva.
As propostas serão apresentadas na próxima sessão marcada para 17 e 18 de dezembro.
Mediação
Os mediadores --UE, Nações Unidas, e a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE)-- esperam conseguir criar, gradualmente, confiança e amenizar problemas maiores, como condições de vida dos refugiados e a violência contínua.
Um primeira rodada de conversas, promovida pela UE e outros organismos internacionais, falharam no mês passado devido a discordâncias se representantes da Abkházia e da Ossétia do Sul deveriam participar, e como.
A Rússia enviou tropas à ex-república soviética em agosto, após o Exército da Geórgia tentar retomar a Ossétia do Sul, que se declarou independente no começo dos anos 1990.
Desde que a guerra de cinco dias terminou, houve tiroteios e explosões ao longo da fronteira. A Geórgia e a Ossétia do Sul se acusam mutuamente pelo início do conflito.
Há incidentes "dramáticos" "quase todos os dias", afirmou Morel, acrescentando: "Estamos lidando com problemas de segurança local, polícia, criminalidade, ataques que pedem por ações mais sustentáveis. Estamos trabalhando em todos os níveis na direção de estratégias de médio e longo prazo para estabilizar a situação."
Manobras diplomáticas
Muita negociação diplomática tem sido necessária para fazer todas as partes se sentarem na mesma mesa.
Sergi Kapanadze, do Ministério das Relações Exteriores da Geórgia, disse que "ninguém saiu andando. Falamos sobre questões importantes. O processo está seguindo adiante".
Moscou insiste que as administrações da Abkházia e Ossétia do Sul estão presentes. Mas a Geórgia teme qualquer ação que possa resultar no reconhecimento internacional das regiões separatistas, enquanto insiste que representantes regionais ainda leais a Tbilisi participam das negociações.
Os EUA, que vêem a Geórgia como um aliado regional na conturbada região do Cáucaso, também participaram.
O grupo de direitos humanos Anistia Internacional estima que 24 mil georgianos étnicos não podem voltar às suas casas na Ossétia do Sul e a regiões vizinhas, onde ocorrem saques e seqüestros.
No auge do confronto, cerca de 200 mil pessoas tiveram de sair de suas casas, sendo os georgianos étnicos a maioria, segundo a Anistia Internacional.
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