Justiça italiana interroga chefe da máfia que acusa Estado por morte de juiz
A Procuradoria de Caltanissetta, na ilha italiana da Sicília, interrogará nesta sexta-feira o ex-chefe da máfia Cosa Nostra, Salvatore Totó Riina, que recentemente acusou o Estado italiano de estar por trás do assassinato do juiz antimáfia Paolo Borsellino, ocorrido em 1992.
Este interrogatório ocorre 13 anos depois da última visita de Riina a um tribunal, quando pediu ao promotor que "economizasse seu tempo" e não fizesse perguntas porque ele não falaria, informa o jornal "La Stampa".
A Comissão Parlamentar Antimáfia aprovou no último dia 21 uma nova investigação sobre os atentados que mataram Borsellino e seu colega Giovanni Falcone, depois da divulgação de diversos depoimentos que apontam para um envolvimento do Estado nas mortes.
Entre estes testemunhos se destaca o do ex-líder da Cosa Nostra, assim como o de Massimo Ciancimino, filho do falecido prefeito mafioso de Palermo Vito Ciancimino.
Massimo declarou que possui documentos os quais mostram que, nos anos 90, Riina quis negociar com o Estado italiano para acabar com os atentados da época.
Os atentados começaram em março de 1992, quando a máfia matou o eurodeputado democrata-cristão Salvo Lima, o líder na Sicília da corrente democrata-cristã liderada pelo ex-primeiro-ministro, Giulio Andreotti.
O governo endureceu as penas de prisão aos mafiosos e a Cosa Nostra respondeu com os assassinatos de Falcone e de Borselino, ambos em 1992, assim como com atentados em Florença, Roma e Milão.
Segundo Massimo Ciancimino, o assassinato de Borsellino está relacionado com essa suposta "negociação" entre o Estado italiano e a máfia.
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