Coreia do Norte tem 154 mil presos em campos de trabalho, diz deputado sul-coreano
Cerca de 154 mil pessoas são mantidas prisioneiras em seis campos de trabalho forçado na Coreia do Norte, afirmou neste sábado um deputado sul-coreano.
De acordo com Sang-Hyun, deputado do Grande Partido Nacional (conservador), cerca de 200 mil prisioneiros estavam encarcerados nos campos de concentração no final dos anos 1990, até que as autoridades fecharam quatro deles por causa de pressões internacionais.
"Atualmente, 154 mil prisioneiros estão detidos em seis campos de trabalho" forçado, declarou Sang-Hyun à agência de notícias sul-coreana Yonhap, baseando-se em um relatório enviado à Assembleia Nacional.
A Coreia do Norte nega que tenha presos políticos, e a propaganda oficial sustenta que os norte-coreanos gozam da vida "mais digna e feliz que existe".
Segundo o jornal sul-coreano "Dong-A", os prisioneiros dos gulags (sistema de centros penitenciários da União Soviética) são obrigados a trabalhar mais de dez horas por dia, não recebem cuidados médicos e contam apenas com de 100 a 200 gramas diários de alimentos.
O jornal assegura que nesses campos não há apenas presos políticos, como também pessoas acusadas de terem desrespeitado o ditador Kim Jong-Il.
Os detidos que tentarem escapar podem ser condenados à pena de morte e as mulheres presas sofrem constantes abusos sexuais, informa o "Dong-A".
A Coreia do Norte tem há muito tempo um dos piores registros em matéria de direitos humanos, mas rejeita críticas do exterior sobre as supostas violações e a existência de gulags, denunciando-as como parte de uma tentativa americana de derrubar o regime.
Mas em abril, a Coreia do Norte reviu a sua Constituição para dizer que o Estado "respeita e protege" de direitos humanos, de acordo com o Ministério de Unificação da Coreia do Sul, que trata das relações com o país vizinho.
Ativistas, no entanto, dizem que os abusos de cidadãos permanecem inalterados
Delitos que merecem banimento a um campo de prisioneiros incluem tudo, desde depreciar o ditador até tentar fugir do país, dizem desertores e sobreviventes da prisão.
Sob uma década de governo liberal, a Coréia do Sul não tinha publicamente divulgado problemas de direitos humanos na Coreia do Norte, sob a preocupação de criar atritos entre os países, que permanecem tecnicamente em guerra há meio século.
As duas Coreias iniciaram uma aproximação sem precedentes depois de os seus líderes encontraram-se na primeira vez, em 2000 e em uma segunda cúpula em 2007.
Mas Seul mudou a sua abordagem em relação à Coreia do Norte desde o ano passado quando o presidente conservador Lee Myung-bak tomou posse com a promessa não coibir críticas ao regime autoritário da Coreia do Norte, que neste ano elevou seu desafio ao Ocidente disparando um foguete de longo alcance --em um alegado lançamento de satélite-e fazendo seu segundo teste de bomba nuclear. As ações desrespeitaram decisões do Conselho de Segurança da ONU e levaram a novas sanções conta o país.
Com France Presse e Reuters
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