Justiça sul-africana acusa líder opositor por lavagem de dinheiro
A Justiça da África do Sul acusou nesta quarta-feira o líder opositor Julius Malema de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito por ter recebido recursos em práticas supostamente ilícitas, o que teria aumentado rapidamente seu patrimônio.
O deputado, que era líder juvenil do governista Congresso Nacional Africano, passou para a oposição em abril após ser expulso do partido por divergências com o grupo político do presidente Jacob Zuma.
Stephane de Sakutin/France Presse | ||
Líder opositor sul-africano Julius Malema chega ao tribunal de Polokwane; ele foi liberado após pagamento de fiança |
As acusações foram reveladas em uma audiência no Tribunal de Polokwane pelos promotores responsáveis pelo caso. Ele responderá ao processo em liberdade, após o pagamento de uma fiança de 10 mil rands (R$ 2.600).
A próxima sessão sobre o caso será em 30 de novembro. Malema não fez nenhuma declaração antes de entrar no tribunal. Ele foi recebido por centenas de seguidores, que foram à corte para apoiá-lo.
Na saída, o deputado disse que é vítima de uma conspiração e pediu o suporte de seus seguidores para pedir que Zuma não seja reeleito líder do CNA.
"Hoje foi demonstraram que quem me acusa não tem nada: não tem provas de fraude, nem de corrupção. Os que tentam me condenar foram enviados por Zuma".
Ele ainda negou que tenha desviado dezenas de milhões de rands de recursos públicos e lavado outros 4,6 milhões (R$ 1,12 milhão) de fundos públicos da província de Limpopo, no nordeste do país, e voltou a atacar o presidente.
"Não tenho nada que esconder. Nunca participei de atividades ilegais. Eu fui acusado de um crime, enquanto Zuma tem 700 crimes contra ele".
EXPULSO
Malema, 31, foi expulso do Congresso Nacional Africano (CNA) em abril depois de um longo processo por indisciplina e se tornou uma das principais forças contrárias a Zuma, seu mentor político e a quem acusa de formar uma ditadura.
O jovem parlamentar foi uma das principais vozes políticas dos protestos violentos de sindicalistas nas minas de platina da região de Rustenburg, que iniciaram em agosto e deixaram 46 mortos.
Na segunda (17), ele foi impedido pela polícia de falar em um protesto para evitar novas manifestações violentas.
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