Presidente do BC europeu diz que euro foi relançado em 2012
O presidente do BCE (Banco Central Europeu), Mario Draghi, disse nesta sexta-feira que o euro foi refundado em 2012, apesar da crise econômica causada pela dívida pública nos países que integram a moeda única. Ele voltou a dizer que a Europa voltará a crescer no segundo semestre.
Em entrevista no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, Draghi defendeu a previsão da volta do crescimento e disse que as melhorias nos mercados financeiros ainda não foram repassados ao restante da atividade econômica.
"É uma situação em que se tem contágio positivo no mercado financeiro e nas variáveis financeiras, mas ainda não vemos isso sendo transmitido para a economia real."
Ele qualificou como extraordinários os progressos dos governos da região para a consolidação fiscal e as reformas estruturais, a fim de reduzir o deficit público e a dívida dos países. A maioria dos integrantes da zona do euro adotou as polêmicas medidas, que, por outro lado, restringiram a capacidade de crescimento.
O chefe da instituição relembrou as medidas tomadas em 2012 pelo BCE, como o corte das taxas de juros, a diminuição dos requisitos para financiamentos dos bancos e as duas compras de títulos a longo prazo. Ele qualificou as operações com fundamentais para evitar uma situação mais dramática.
Para 2013, Draghi afirmou que o objetivo mais importante é superar a fragmentação nos mercados financeiro e de capital, que fazem com que as empresas e os europeus tenham condições diferentes para a concessão de empréstimo.
Mesmo com todas as medidas tomadas, ele ainda pediu mais esforços dos governos para acabar com a crise financeira. Dentre os pedidos, estão as reformas estruturais em áreas como previdência e impostos.
DEVOLUÇÃO
Nesta sexta, o BCE anunciou que 278 bancos do bloco pagarão de forma adiantada € 137 bilhões (R$ 356 bilhões) em recursos pedidos em um empréstimo com prazo de três anos pedido em dezembro de 2011.
Os recursos, concedidos com baixas taxas de juros, foram concedidos pela falta de liquidez no setor financeiro da zona do euro, causada pela pouca confiança dos investidores nas instituições bancárias.
No total, cerca de 1.300 bancos pegaram empréstimos com o BCE em duas operações --uma em dezembro de 2011 e a outra em fevereiro de 2012. A instituição europeia concedeu quase € 1 trilhão em empréstimos.
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