Chances de dom Odilo rendem "15 minutos de fama" a turistas brasileiros
A cotação alta de dom Odilo Scherer e o ócio ansioso dos cerca de 5.600 jornalistas à espera pela fumaça branca resultaram num enorme assédio a turistas brasileiros na praça do Vaticano. Basta se enrolar numa bandeira verde-amarela na praça São Pedro que chovem fotos e pedidos de entrevistas sobre as chances de um papa brasileiro.
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"Já dei entrevista para a Itália, Polônia, México, Portugal, Hungria....", conta a bancária gaúcha Gabriela Olson, 34, que veio à Itália a passeio com o marido e os sogros. E ainda eram 10h30 da manhã desta quarta-feira (13) chuvosa e com temperatura de 9º, o segundo dia do conclave.
Menos sucesso faz o sogro, Aeson Olson, enrolado numa bandeira do Internacional. "Mas já veio um romano aqui gritando: 'Falcão! Falcão!" --alusão ao "rei de Roma" dos anos 1980, que despontou no clube de Porto Alegre.
Mas a bandeira branca e vermelha acaba atraindo outros gaúchos. Um deles se aproxima e comenta: "Puxa, devia ter trazido uma bandeira do Brasil". "É fácil", responde Gabriela. "Lá no Carrefour está à venda por um euro."
CONCLAVE
A manhã do segundo dia de votações no conclave terminou sem a definição do novo papa. A fumaça negra voltou a sair da chaminé da Capela Sistina por volta das 11h39 locais (7h39 em Brasília), em sinal de que não houve consenso sobre o sucessor de Bento 16.
Isso significa que as duas votações desta manhã não reuniram os dois terços suficientes para eleger o novo pontífice, ou 77 dos 115 cardeais com poder de votos. Outras duas votações estão previstas para a tarde desta quarta-feira.
Com o anúncio, centenas de turistas e religiosos que estavam de vigília sob uma chuva fria deixaram a praça de São Pedro que, durante a manhã, registrou público pequeno. A previsão é de que o número de fiéis à tarde seja maior.
Assim como no primeiro dia, o Vaticano reforçou a fumaça preta, para que não ficassem dúvidas sobre a cor do sinal. Em 2005, as emissões da chaminé causaram confusão ao público e aos jornalistas presentes na praça de São Pedro.
As votações desta quarta-feira começaram por volta das 9h30 locais (5h30 em Brasília), após uma missa de uma hora de duração na Capela Paulina. Segundo o Vaticano, as cédulas das duas votações serão queimadas juntas, tanto no fim da manhã como no início da noite, exceto se o novo papa for escolhido
Entre os favoritos para o posto estão o italiano Angelo Scola, arcebispo de Milão, o canadense Marc Ouellet, arcebispo de Québec e o brasileiro dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo --a maior arquidiocese do maior país católico do mundo.
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