Presidente do maior banco de Chipre pede demissão após resgate
O presidente do Banco de Chipre, Andreas Artemis, pediu demissão nesta terça-feira após o plano de resgate financeiro do país aprovado pelos credores internacionais na segunda (25). A instituição é a maior do país e incorporará o Laiki Bank, a segunda maior.
O sistema bancário cipriota foi o principal atingido pela crise financeira e pelos efeitos do resgate. Todos os depósitos superiores a € 100 mil (R$ 260 mil) foram confiscados para garantir os € 5,8 bilhões (R$ 15 bilhões) de economia exigido pelos credores para conceder o empréstimo de € 10 bilhões (R$ 26 bilhões).
Segundo a agência de notícias estatal CNA, o pedido de demissão foi entregue ao conselho de administração do banco, que deve se reunir na tarde desta terça. A renúncia acontece após o Banco Central de Chipre selecionar na noite de segunda (25) um administrador especial ao banco, que será reestruturado.
O escolhido, Dinos Christofides, disse à agência de notícias Reuters que sua função "supervisionar a recuperação do banco e absorver a parte 'podre' do Laiki Bank", segunda maior instituição do país, que será fechada. Ele disse que ficará à frente do Banco de Chipre por tempo indeterminado.
O interventor disse que passou o dia com o presidente do Banco Central, Panicos Demetriades, e outros integrantes da diretoria, mas não conversou ainda com o conselho de administração do Banco de Chipre, que passará a administrar.
AGÊNCIAS
Com o resgate, a confiança do sistema bancário cipriota, que é oito vezes maior que o PIB do país, foi quebrada. A agência de qualificação de risco Fitch colocou em nível de bancarrota o Laiki Bank e de quebra limitada o Banco de Chipre.
O terceiro maior banco cipriota, o Hellenic Bank, também entrou em perspectiva negativa na avaliação da agência.
Nesta terça, o grego Banco do Pireo formalizou a absorção das unidades do Banco de Chipre, do Laiki Bank e do Hellenic Bank na Grécia. A instituição informou que a operação foi avaliada em € 524 milhões (R$ 1,36 bilhão).
Segundo a imprensa grega, a instituição garantiu aos clientes que não haverá problemas de liquidez e que os depósitos nas agências gregas dos bancos cipriotas, estimados em € 15 bilhões (R$ 39 bilhões), estão assegurados. Estes bancos também têm cerca de € 20 bilhões (R$ 52 bilhões) em empréstimos na Grécia.
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