Hollande diz que medidas de austeridade condenam Europa à explosão
O presidente da França, François Hollande, disse nesta quinta-feira que as políticas de austeridade aplicadas para combater a crise financeira podem condenar a Europa "à explosão" por minarem o crescimento dos países.
As medidas incluem cortes orçamentários, aumentos de impostos e diminuição dos gastos do governo e foram apontadas pela União Europeia como o remédio para diminuir a dívida pública. No entanto, as economias mais afetadas pela crise tiveram sua recessão aprofundada nos últimos anos.
Em entrevista à rede de televisão France 2, Hollande pediu rigor financeiro, mas não austeridade. "Os países europeus devem ser rigorosos, a França em primeiro lugar, mas não austeros. Isso condena a Europa à explosão, não só à recessão".
Ele afirmou que conhecia a situação quando se candidatou à Presidência e não a subestimou, mas não imaginava que "ia durar ainda muito mais que o previsto". E declarou que prolongar a austeridade ajuda não só "o risco de não conseguir reduzir os déficit", mas também "a certeza de ter governos impopulares".
O mandatário ainda disse que não pensava promover "uma política que conduza a Europa à austeridade" e defendeu que o objetivo de reduzir o deficit público a 3% do PIB (Produto Interno Bruto) seja cumprido em 2014 e não em 2013.
Questionado sobre a relação com a Alemanha, Hollande afirmou manter "uma tensão amistosa" com a chanceler alemã, Angela Merkel. "Ela não pensa da mesma forma que eu, mas nós dois temos a obrigação de fazer a Europa avançar".
O francês ainda defendeu uma solução mais rápida à crise, inclusive na solução de problemas como o resgate ao Chipre, mas disse não estar sozinho neste pensamento e é respaldado nessa mesma postura por "muitos governos conservadores".
François Hollande assumiu a Presidência da França com um discurso de incentivo ao crescimento e diminuição das medidas de austeridade. No entanto, seu governo foi obrigado a manter algumas das soluções impostas pela União Europeia para diminuir a crise, o que lhe rendeu menores índices de popularidade.
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