Coreia do Norte diz à Rússia que considere esvaziar embaixada
O corpo diplomático da Rússia na Coreia do Norte informou nesta sexta-feira que o país comunista pediu a Moscou que "considere" esvaziar a embaixada do país em Pyongyang. O pedido de retirada acontece em meio à tensão nuclear com os Estados Unidos e a Coreia do Sul.
Diplomatas e analistas minimizam ameaça de ataque norte-coreano
Nos últimos dias, o governo russo tem pedido ao regime de Kim Jong-un, a Washington e a Seul que retomem as negociações sobre o programa nuclear norte-coreano. O país comunista aumentou a retórica militar após ser sancionado pela ONU devido a um teste com uma bomba atômica em fevereiro.
A agência de notícias chinesa Xinhua diz, citando fontes não identificadas, que o pedido foi feito a todas as delegações estrangeiras com embaixadas no país. A informação ainda não foi confirmada pelo governo norte-coreano.
O porta-voz da embaixada russa em Pyongyang, Denis Samsonov, disse à agência de notícias Interfax que o corpo diplomático recebeu visita de representantes norte-coreanos, que fizeram o pedido ante o agravamento da tensão na península coreana.
Ele, no entanto, descartou que a delegação russa saia da Coreia do Norte e afirmou que não há sinais externos de tensão na capital norte-coreana. A Rússia é um dos poucos países do mundo a manter uma embaixada em Pyongyang, assim como a China.
Mais cedo, a Alemanha afirmou que convocou o embaixador norte-coreano em Berlim para expressar a inquietação com o agravamento da crise no país comunista.
MÍSSEIS
Mais cedo, a agência de notícias sul-coreana Yonhap informou que o Exército do país detectou que Pyongyang carregou dois mísseis de alcance intermediário para algum ponto na costa leste do país. Os militares da Coreia do Sul dizem que a intenção dos norte-coreanos é fazer um lançamento surpresa.
Na quinta (4), o governo local havia afirmado que um míssil havia sido colocado na costa leste norte-coreana, mas que não se sabia se o regime comunista pretendia fazer um teste de disparo ou uma manobra militar.
Seul especula que esse lançamento poderia acontecer perto de 15 de abril, aniversário de nascimento de Kim Il-Sung, avô de Kim Jong-un, e primeiro ditador comunista do país. Enquanto isso, Seul enviou dois navios de guerra ao mar Amarelo para interceptar mísseis como prevenção a um ataque.
Na quarta (3), os Estados Unidos anunciaram o envio de mísseis à base militar de Guam, no oceano Pacífico. A área está na mira dos mísseis de maior alcance disponíveis para os norte-coreanos, embora a Coreia do Sul descarte que os foguetes colocados na costa leste do país possam atingir a ilha americana.
Ainda nesta sexta, o ministro da Unificação sul-coreano, Ryoo Kihl-jae, disse em entrevista coletiva que o país ainda não considera retirar os cerca de 800 funcionários que trabalham no complexo industrial de Kaesong, operado de forma conjunta entre os dois países.
A hipótese foi levantada pelos jornalistas no terceiro dia em que os sul-coreanos são proibidos de entrar no parque industrial, que é controlado por 120 empresas sul-coreanas e emprega 53 mil norte-coreanos.
Pyongyang ameaçou fechar as fábricas, que lhe renderam US$ 470 milhões (R$ 940 milhões) no ano passado, embora sejam uma de suas únicas fontes de renda.
Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress | ||
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