Reino Unido assina acordo com Jordânia para deportar clérigo islâmico
O Reino Unido e a Jordânia assinaram nesta quarta-feira um acordo para a deportação do clérigo islâmico Abu Qatada, que foi condenado no país árabe por envolvimento em um atentado em Amã, em 1999. Londres tenta retirar o religioso do país há mais de dez anos.
Abu Qatada mora no Reino Unido desde 1992, após conseguir asilo político. Ele chegou a ser preso em diversas ocasiões desde 2002, mas foi liberado dias ou meses após por não ter nenhuma acusação contra ele em território britânico.
No período, Londres tentou judicialmente obter a extradição na Justiça local e no Tribunal Europeu de Direitos Humanos, em Estrasburgo, ambas sem sucesso. O principal empecilho considerado é o asilo político concedido há mais de 20 anos.
A ministra britânica do Interior, Theresa May, disse que o novo acordo com a Jordânia oferece "garantias" de que as provas obtidas sob tortura não serão utilizadas contra o clérigo em um julgamento no país. Para ela, o acordo será uma oportunidade de êxito para a deportação.
O acordo do governo britânico com a Jordânia será apresentado como prova para tentar ganhar no Tribunal Supremo o recurso a favor da deportação. A medida será julgada por esta corte, após o Tribunal de Apelação rejeitar autorização para a apresentação do recurso à maior instância política do país.
A permissão não havia sido dada por instâncias judiciais inferiores, já que os juízes consideraram que não havia garantias suficientes de que será julgado justamente se for enviado à Jordânia. O tempo gasto no caso aumentou os atritos entre o Poder Judiciário e o Executivo comandado pelo conservador David Cameron.
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