Tumulto no Parlamento venezuelano deixa pelo menos sete feridos
Deputados chavistas e opositores trocaram socos nesta terça-feira durante uma sessão parlamentar, após os governistas aprovarem uma medida que nega a palavra à oposição por ignorar a eleição do presidente Nicolás Maduro.
Ao menos sete deputados opositores feridos. A oposição protestou contra a decisão do presidente do Parlamento, Diosdado Cabello, com assobios, gritos e cartazes.
Boris Vergara/Efe | ||
Deputado da oposição Julio Borges com marcas das agressões recebidas durante tumulto na Assembleia Nacional nesta terça (30) |
"Não sou o único agredido, vários deputados apanharam e o responsável direto é o senhor Diosdado Cabello que exige nosso reconhecimento de Nicolás Maduro", disse o legislador Julio Borges mostrando o rosto machucado ao canal Globovisión.
Ele disse ainda que o único protesto da oposição foi exibir, em silêncio, um cartaz com os dizeres "Golpe no Parlamento".
Parte da pancadaria foi transmitida pela televisão, antes de a transmissão ser suspensa. O acesso de jornalistas ao local está proibido.
"Senhor Diosdado Cabello, a consciência não se submete a qualquer exame, podem nos acertar, como têm feito, nos colocar na cadeia, podem nos matar, mas os princípios não se vendem", disse Borges.
O bloco governista rejeitou "os atos de violência", os quais atribuiu aos adversários.
"Sete deputados feridos, mas vamos continuar participando da Assembleia Nacional. Vão nos tirar feridos ou como quiserem, mas vamos continuar presentes", disse o deputado da oposição Carlos Ramo em sua conta no Twitter.
Uma assistente da deputada Maria Corina Machado disse à agência de notícias Reuters que a dirigente política foi chutada no chão e levada para uma clínica por causa de uma fratura no nariz.
A disputa acontece no momento em que a oposição, que afirma que seu líder Henrique Capriles ganhou as eleições, se prepara para pedir a anulação dos resultados eleitorais e a poucas horas do Dia de Trabalho, para quando o governo e a oposição anunciam passeatas em Caracas.
Segundo dados oficiais, Maduro venceu a eleição presidencial de 14 de abril por 1,49 ponto percentual em relação a Capriles, provocando incidentes violentos e um clima de instabilidade política.
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