Justiça revoga multas a consultorias na Argentina
Em mais um episódio que promete intensificar a tensão entre Executivo e Judiciário na Argentina, a Justiça revogou uma decisão do governo de multar consultorias privadas que divulgavam índices de inflação maiores que as do Indec (o IBGE argentino).
As sanções de 500 mil pesos (cerca de R$ 192 mil) tinham sido ordenadas pelo secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, desde 2011 contra 12 empresas --entre elas, a Buenos Aires City (presidida por uma ex-diretora do Indec), a Fiel (Fundação de Investigações Econômicas Latino-americanas) e a Ecolatina.
Sob intervenção do governo desde 2007, o Indec aponta inflação anual de cerca de 10% no país, mas as consultorias privadas estimam o índice em torno de 25%.
Ontem, as consultorias divulgaram o índice de abril --1,52%, com o acumulado dos últimos 12 meses em 23,67%. Os dados oficiais do Indec serão publicados hoje.
Em fevereiro, o FMI (Fundo Monetário Internacional) emitiu uma moção de censura contra a Argentina e cobrou reformas no sistema de estatísticas econômicas do governo.
CORRUPÇÃO
Ontem, a ex-secretária do ex-presidente Néstor Kirchner (1950-2010), Miriam Quiroga, prestou depoimento em Buenos Aires após ter declarado conhecer um suposto esquema de lavagem de dinheiro.
Segundo Quiroga, as notas eram levadas, em bolsas, da Casa Rosada à província de Santa Cruz, reduto dos Kirchner, de onde saíam em aviões do empresário com destino à Suíça. Ela foi demitida por Cristina em 2010, em meio a boatos de que havia tido um caso com Néstor.
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