'Clarín' chama Videla de 'ideólogo do terror da pior ditadura argentina'
O jornal argentino "Clarín" afirma na manchete de seu site, nesta sexta-feira, que o ditador Jorge Rafael Videla, morto nesta madrugada, foi o "ideólogo do terror da pior ditadura da Argentina".
Traz também um texto no qual Nora Cortiñas, do grupo Mães da Praça de Maio, afirma que não festeja a morte, mas lamenta o fato de "irem com ele os segredos mais importantes da história".
O "Clarín" ainda relembra que, em março passado, da prisão Marcos Paz, Videla fez uma última provocação, ao convocar os ex-colegas das Forças Armadas "com 58 a 68 anos que ainda estejam em condições de combater" para se armar enfrentar a presidente Cristina Kirchner.
Essa declaração, como relembra o também argentino "La Nación", foi feita na última entrevista do ditador, à revista espanhola "Cambio 16". Logo após a publicação, Videla negou a autoria.
Em sua homepage, o "La Nación" chama Videla de "símbolo da ditadura militar" e destaca a fala do Nobel da Paz Pérez Esquivel, segundo quem a morte do ditador "não deve alegrar ninguém".
O site do jornal "Página 12" não destaca a morte de Videla, e sim um encontro ocorrido na quarta (16) entre o ex-presidente Lula e Kirchner.
Em seu texto, a publicação diz que Videla foi o responsável pela "etapa mais negra da história da Argentina" por ter "posto em prática um plano genocida sistemático que envolvia sequestros, saques e desaparecimento de pessoas", além de manter uma "política econômica neoliberal que foi o pontapé de um dos processos de esvaziamento e entrega aos capitais estrangeiros mais difíceis para a sociedade argentina".
"A luta dos organismos de direitos humanos que reclamam a memória, a verdade e a justiça pelos 30 mil desaparecidos e os netos que ainda não foram recuperados continua", afirma o "Página 12".
O portal infobae destaca que o ditador "cumpria prisão perpétua e 50 anos de condenação em uma prisão comum pelo sequestro sistemático de bebês nascidos em cativeiro" e que ele "nunca se arrependeu" dos crimes. Já o "Crónica" considera Videla "a sinistra imagem de uma época violenta e sangrenta".
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