EUA comemoram fim do embargo da UE a rebeldes sírios
O governo dos EUA comemorou nesta terça-feira a decisão da UE (União Europeia) de dar sinal verde a seus Estados-membros para armar a oposição síria e criticou a venda de mísseis por parte da Rússia ao regime de Bashar al-Assad.
Rússia defende mísseis para Síria
Os EUA dão "as boas-vindas à ação da União Europeia", disse aos jornalistas a bordo do Air Force One o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.
Fortemente dividida, a UE deu nesta segunda (27) sinal verde a seus Estados-membros para que armem a oposição síria, embora todos tenham se comprometido a não fazer isso antes de agosto, a fim de dar uma oportunidade às conversas de paz preparadas pelos EUA e Rússia e que devem ser realizadas no próximo mês, durante uma conferência em Genebra (Suíça).
Perante a falta de um acordo unânime sobre a medida, o embargo à Síria será suspendo no próximo dia 31, quando vence a última prorrogação adotada há três meses.
Os governos ficam, então, livres para decidir se querem fornecer armas aos rebeldes, algo que a curto prazo não é cogitado por nenhum país, nem mesmo o Reino Unido, que há meses insistia no término do embargo.
Quanto à defesa feita pela Rússia sobre a venda de mísseis ao regime sírio, sob o argumento de que são "um fator estabilizador" contra a intervenção estrangeira, Carney sustentou que isso não contribui para levar o país "mais próximo da desejada transição política".
O porta-voz afirmou também que a Casa Branca sabia da viagem à Síria do senador republicano John McCain, o primeiro funcionário de alta categoria dos EUA que visita esse país desde que começou o conflito em março de 2011. McCain, uma das vozes do Congresso que pedem mais intervenção americana na Síria, cruzou nesta segunda a fronteira entre Turquia e Síria junto ao líder rebelde Salem Idris.
Os dois se reuniram tanto na Síria como na Turquia com líderes de várias unidades do ELS, o braço armado dos rebeldes.
CONFERÊNCIA
O encontro sobre a situação da Síria impulsionado por EUA e Rússia deverá ser realizado nos dias 15 e 16 de junho em Genebra.
O chanceler russo, Sergei Lavrov, afirmou nesta segunda-feira que realizar a reunião vai ser difícil, mas disse que via algumas chances de sucesso. Diplomatas afirmaram que detalhes sobre como a conferência vai ser organizada ainda têm que ser acertados e que ainda não há acordo firme sobre a data.
Entretanto, diversas fontes diplomáticas afirmaram que realizar no fim de semana permitiria a Kerry e a Lavrov lançar o processo antes de passar as questões mais difíceis aos presidentes dos EUA e Rússia, que se encontrão na reunião do G8 na Irlanda do Norte, nos dias 17 e 18.
Desde o Comunicado de Genebra de 30 de junho de 2012, o conflito, iniciado há dois anos, tem aumentado e a crise humanitária se agravou. Mais de 80 mil pessoas foram mortas na Síria e 1,5 milhão de sírios deixaram o país como refugiados.
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