Órgão no centro de escândalo é o mais misterioso dos EUA
A existência da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos EUA só foi revelada mais de 20 anos após sua criação, em 1952; sua estrutura e suas atividades continuam em grande medida desconhecidas até hoje. Vem daí seu apelido irônico: No Such Agency ("não existe tal agência").
De todos os serviços de inteligência dos EUA, a NSA, acusada de monitorar telefonemas e sites, é o mais oculto e se orgulha do menor número de vazamentos.
Quantas pessoas emprega? Essa informação é confidencial. Quantos são seus alvos? A NSA diz a parlamentares dos EUA que não tem as ferramentas necessárias para fornecer números desse tipo.
Quando Harry Truman criou a NSA, o objetivo era monitorar comunicações fora do país. A questão que intriga e indigna políticos e organizações de direitos civis desde que o Senado anunciou sua existência, em 1975, é até que ponto sua sede de dados já abarcou os americanos.
À medida que a tecnologia evoluiu, cresceu a capacidade da agência de interceptar comunicações. Satélites interceptam ligações e e-mails e transmitem a informação a estações receptoras em terra.
Segundo estimativas, cada uma dessas bases recebe por dia cerca de 1 bilhão de e-mails, telefonemas e outras formas de correspondência. E a agência tem até 20 bases.
A espionagem doméstica explodiu após 11 de setembro de 2001, quando o presidente George W. Bush autorizou a NSA a submeter americanos a escuta eletrônica sem autorização judicial prévia.
Em 2009, poucos meses depois da posse de Obama, o Departamento de Justiça reconheceu que a agência foi culpada de "excesso de coleta" de comunicações domésticas, mas alegou que esse excesso tinha sido acidental.
A NSA cresce tremendamente a cada administração na Casa Branca. Estima-se que empregue hoje 100 mil profissionais, dos quais 30 mil são militares e o restante, prestadores de serviços.
Sua sede é um edifício enorme de vidro fumê em Forte Meade, nos arborizados subúrbios de Washington, e ela possui complexos grandes na Geórgia e no Texas, além de bases no Japão, no Reino Unido e na Alemanha.
À medida que o papel da NSA cresce como bola de neve, aumentam as discussões sobre suas operações. Após revelações do "New York Times", a gestão Bush disse que suspendeu a vigilância sem autorização judicial em janeiro de 2007 e retomou a prática de exigir autorizações.
O programa maciço de vigilância continua sob Obama, dentro e fora dos EUA. E a cultura de sigilo intenso persiste. Os senadores Ron Wyden e Mark Udall procuram há anos saber quantos nos EUA já foram espionados pela NSA, sem resposta.
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