Coreias desmarcam reunião ministerial após 'divergência protocolar'
Foi desmarcada nesta terça-feira a reunião ministerial entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte, prevista para a próxima quarta (12). Segundo o Ministério da Unificação sul-coreano, os países tiveram "uma divergência protocolar", que não foi informada.
Também não foi divulgado se o encontro foi cancelado ou adiado. Segundo fontes das agências Associated Press e Efe, há diferenças sobre a composição das delegações. Seul afirmou que enviaria o ministro da Unificação, Ryoo Kihl-jae, mas Pyongyang deu sinais de que mandaria funcionários de menor escalão.
Desse modo, optou-se por desmarcar a reunião, que seria realizada no hotel Grand Hilton, em Seul. Se confirmadas as informações das agências, a ação de Pyongyang é contrária à posição oficial tomada no último domingo (9), em que os dois países se comprometeram a enviar uma delegação de ministros.
Caso aconteça o encontro entre as autoridades, o primeiro ponto que deverá ser discutido será a volta das atividades no complexo industrial de Kaesong, fechado em abril após a retirada dos 53 mil operários norte-coreanos que atuavam na região.
Inagurada em 2004, a área industrial tem fábricas de 120 empresas sul-coreanas e rende cerca de US$ 480 milhões (R$ 1,01 bilhão) por ano aos norte-coreanos, uma das poucas fontes de recursos para o regime de Kim Jong-un.
A proposta de Pyongyang e a resposta de Seul abrem o caminho para a retomada do diálogo entre as Coreias. As últimas discussões de trabalho aconteceram em fevereiro de 2011 e a última reunião interministerial em 2007.
O anúncio da volta das negociações aconteceu na véspera de uma reunião entre os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da China, Xi Jinping. Pequim é o único grande aliado de Pyongyang e mostrou irritação com o tom belicista usado nas últimas semanas pelo regime de Kim Jong-un.
Apesar do diálogo, analistas sul-coreanos pediram prudência, ao destacar que o conteúdo e o calendário das negociações incluem divergências profundas. Dentre elas, o fim do programa nuclear norte-coreano, do qual Pyongyang diz não querer abrir mão.
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