Chanceler russo diz que delator da CIA não está no país
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou nesta terça-feira que o ex-técnico da CIA Edward Snowden, acusado de espionagem e requerido pelos EUA, não cruzou a fronteira russa e tachou como "inaceitáveis" as recentes acusações americanas.
Lavrov disse que a Rússia não tem nada a ver "nem com o senhor Snowden, nem com suas relações com a justiça americana, nem com seus deslocamentos pelo mundo".
"(Snowden) escolheu ele mesmo sua rota, da qual nós nos inteiramos pelos meios de comunicação. Ele não cruzou a fronteira russa", afirmou em entrevista coletiva, citado por agências russas.
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No entanto, o chanceler não esclareceu se o fugitivo está ou esteve na área de passagem do aeroporto de Moscou, onde chegou no domingo passado vindo de Hong Kong, segundo a imprensa.
Ao mesmo tempo, o ministro rejeitou as queixas dos Estados Unidos, que solicitaram a Moscou a deportação do homem que revelou uma trama de espionagem em massa das comunicações.
"Consideramos absolutamente infundadas e inaceitáveis as tentativas que observamos de acusarem à Rússia de violar as leis dos EUA", disse o chefe da Chancelaria russa.
Lavrov acrescentou que "não existe fundamentação jurídica alguma para tal atitude dos funcionários americanos".
EUA
Washington está convencido que Snowden continua em solo russo. "Esperamos que o governo russo reveja todas as opções disponíveis para extraditar Snowden para os Estados Unidos", disse ontem o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.
O ex-técnico da CIA, que solicitou asilo ao Equador, revelou a dois jornais em junho programas secretos do governo dos EUA para obter registros telefônicos e de internet.
Ontem, o presidente equatoriano Rafael Correa anunciou que seu país decidirá "com absoluta soberania" sobre o pedido de asilo de Snowden.
A Rússia declarou que estaria disposta a estudar um pedido de asilo do ex-técnico da CIA, quando este ainda se encontrava em Hong Kong.
"Não descarto que ofereçam a Snowden um refúgio mais seguro que o Equador, que poderia ser a Rússia ou outro país da Comunidade dos Estados Independentes", disse ontem à noite um ex-membro do Serviço de Espionagem da Rússia, em condição de anonimato, à agência oficial russa RIA Novosti.
O ex-membro do serviço russo ressaltou que um especialista em espionagem eletrônica como Snowden é interessante para qualquer serviço secreto.
"Na minha opinião, a Rússia está muito interessada em obter acesso às tecnologias informáticas secretas da CIA e aos métodos de coleta eletrônica de dados", acrescentou a fonte citada pela RIA Novosti.
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