Investimento brasileiro para defesa cibernética representa 0,5% de orçamento do Exército para os próximos 20 anos
Os investimentos previstos pelo Brasil para defesa cibernética nas próximas duas décadas representam menos de 0,5% dos R$ 208 bilhões a serem gastos no total de ações consideradas prioritárias pelo Exército no período.
O projeto para o sistema de proteção cibernética prevê gastos de R$ 840 milhões até 2035, dentro do Plano de Articulação e Equipamento da Defesa, detalhado no Livro Branco de Defesa Nacional, em tramitação no Congresso.
O valor não chegaria a R$ 40 milhões anuais em investimentos pelos próximos 22 anos --quantia inferior aos R$ 61,7 milhões executados em defesa cibernética em 2012 e aos R$ 90 milhões do orçamento deste ano.
Nos EUA, o valor proposto para "esforços cibernéticos", dentro do orçamento de 2014 do Departamento de Defesa, é de US$ 4,7 bilhões (cerca de R$ 10,7 bilhões).
Fontes da Defesa admitiram à Folha que o valor estimado é "realmente baixo". Oficialmente, o Ministério alega que os gastos previstos no Livro Branco são apenas "projeções" e que o investimento real poderá ser maior.
Entre os projetos que seriam executados com a quantia está a implantação da "estrutura de planejamento e execução da segurança cibernética" e da "estrutura de pesquisa científica" na área.
Os gastos também englobariam operações de capacitação, a criação de uma Escola Nacional de Defesa Cibernética e o desenvolvimento do chamado rádio definido por software.
Nas ações de curto prazo previstas no Livro Branco estão passos iniciais, como a "construção da sede definitiva do Centro de Defesa Cibernética" --criado há um ano e que hoje funciona no quartel-general do Exército em Brasília-- e a "aquisição de equipamentos e capacitação de recursos humanos".
O Livro Branco, que determina os princípios estratégicos que o Executivo pretende aplicar à área nos próximos anos, foi encaminhado ao Congresso pela presidente Dilma Rousseff em julho de 2012, junto com a Política Nacional de Defesa e a Estratégia Nacional de Defesa.
Os três textos passaram pelo Senado e aguardam votação no plenário da Câmara.
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