Família de dissidente morto acusa regime cubano de acidente
A família do dissidente cubano Oswaldo Payá informou nesta terça-feira que entrará com uma ação na Justiça da Esspanha contra o regime de Raúl Castro por envolvimento na morte do opositor, que morreu após um acidente de carro em julho do ano passado.
A decisão foi tomada após o motorista do carro, o espanhol Ángel Carromero, mudar sua versão do acidente e dizer que Payá saiu vivo do carro onde estavam. Inicialmente, ele havia dito às autoridades cubanas que o dissidente havia morrido na hora.
O espanhol deu o novo relato do acidente em uma entrevista ao jornal "El Mundo" na última segunda (5). Ele diz que o dissidente saiu ileso após a colisão e que ouviu de enfermeiras e de um padre que Payá chegou ao hospital com os outros quatro ocupantes do carro, incluindo ele.
Nesta terça, o irmão do dissidente, Carlos, disse que apresentará uma denúncia ao Tribunal Nacional espanhol para pedir que avalie o processo, já que Payá também era cidadão espanhol. Para ele, as provas apresentadas pelo governo cubano e pela perícia são incoerentes com o relato de testemunhas.
A versão apresentada pelos cubanos é de que houve excesso de velocidade por parte de Carromero, que foi confirmado pelo motorista em depoimento em Cuba. Além do espanhol e do dissidente, viajavam no veículo o sueco Aron Modig, que sobreviveu, e Harold Cepero, que também morreu.
Desde o início, a família de Payá --candidato em cinco ocasiões ao Prêmio Nobel da Paz e vencedor em 2002 do prêmio Sakharov de direitos humanos do Parlamento Europeu-- isentou Carromero de responsabilidade e exige uma investigação independente sobre a morte.
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