Novo chanceler tem fama de 'durão'
Escolhido nesta segunda-feira (26) novo ministro das Relações Exteriores, o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, 58, já embarcou dos Estados Unidos com destino ao Brasil para assumir o cargo. A previsão é que ele chegue em Brasília amanhã.
Tal qual a "chefe" Dilma Rousseff, Figueiredo é visto pelos colegas como "durão", dono de um estilo mais incisivo de negociar.
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Ele foi escolhido para o cargo depois do incidente diplomático aberto com a vinda do senador opositor boliviano Roger Pinto Molina para o Brasil. A operação foi executada por um diplomata brasileiro à revelia de Dilma Rousseff e foi classificada como um desastre pelos auxiliares da presidente.
Até esta segunda, Figueiredo era representante brasileiro junto à ONU (Organização das Nações Unidas), cargo indicado por Dilma em 2012. Ele se destacou na carreira diplomática nas negociações ligadas ao meio-ambiente e energia.
Foi justamente sua atuação na área ambiental, em especial durante a conferência Rio+20 em junho de 2012, que chamou atenção da presidente Dilma Rousseff.
Figueiredo teve participação considerada fundamental Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, no Rio de Janeiro. Ele foi o coordenador da Rio+20 no MRE e, na avaliação do Planalto, demonstrou habilidade para conseguir o aval dos participantes na elaboração da declaração comum.
Antes de ser indicado por Dilma ao cargo na ONU, Figueiredo foi chefe da Subsecretário-Geral de Meio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia do Itamaraty.
Olivier Morin - 17.dez.2009/AFP | ||
Luiz Alberto Figueiredo Machado durante conferência em Copenhagen, em 2009 |
EXPERIÊNCIA
Apesar de visto pelos colegas como um diplomata menos experiente que seus antecessores Celso Amorim e Antonio Patriota, o novo chanceler brasileiro tem 33 anos de carreira no Itamaraty.
Graduado em direito no Rio de Janeiro, ele deu início à carreira diplomática em 1980 como assistente na Divisão das Nações Unidas, logo após o curso preparatório do Instituto Rio Branco.
Durante sua carreira, ocupou postos em Nova York (1986-1989), Santiago (1989-1992), Washington (1996-1999), Ottawa (1999-2002) e Paris, na Unesco, (2003-2005). Mas é a atuação como chefe de delegação em conferências, reuniões e cúpulas que ganhou destaque no currículo de Figueiredo.
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