Síria não se curvará, mesmo se houver 3ª Guerra, diz vice-chanceler
O vice-ministro das Relações Exteriores da Síria, Faisal al-Moqdad, afirmou nesta quarta-feira que o regime do ditador Bashar al-Assad não mudará sua posição em relação ao combate aos rebeldes, mesmo na iminência de uma intervenção militar estrangeira liderada pelos Estados Unidos.
Em entrevista à agência de notícias AFP, o representante da Chancelaria síria diz que o país responderá ao que chamou de agressão e mobilizará seus aliados, como a Rússia e o Irã. "O regime sírio não se curvará às ameaças de um ataque de Ocidente, mesmo se houver uma Terceira Guerra Mundial".
Moqdad não comentou sobre as medidas que serão tomadas pelo regime sírio para responder ao ataque, mas disse que o país está pronto. "Com base na Carta das Nações, a Síria tem o direito de responder a uma agressão sem justificativa e sem base no direito internacional".
Questionado sobre o apoio russo, o vice-chanceler chamou o presidente Vladimir Putin, de "um amigo que é favorável à paz". E alertou para o risco de uma aliança entre países árabes contra os americanos, fazendo com que a situação no Oriente Médio ficasse imprevisível.
"Irã, Rússia, África do Sul e vários países árabes rejeitaram a agressão e estão dispostos a enfrentar a guerra que será declarada pelos Estados Unidos e seus aliados, incluindo a França, contra a Síria".
FRANÇA
O vice-ministro criticou duramente a política francesa e advertiu para as possíveis consequências regionais de um ataque, principalmente, para o risco do fortalecimento de grupos islamitas, como aconteceu em outros países protagonistas das revoluções árabes que estouraram em 2011.
"Se a França quiser apoiar a Al-Qaeda e a Irmandade Muçulmana, como apoiou no Egito e em outras regiões do mundo, fracassará na Síria. É vergonhoso que o presidente francês diga: 'Se o Congresso aprovar, vou à guerra, se não aprovar, não vou', como se o governo francês não tivesse mais nada a dizer".
"Ninguém pode prever a situação na região depois de uma agressão", advertiu, ressaltando que o regime sírio está mobilizando seus aliados e que a posição da Rússia não mudou.
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