Rússia receberá chanceler sírio no dia em que EUA votam intervenção
O ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid al-Moualem, se encontrará na próxima segunda (9) com o seu par russo, Sergei Lavrov. A visita acontece no mesmo dia em que o Congresso dos Estados Unidos votam a autorização para uma intervenção militar no país árabe.
A ação armada americana seria uma retaliação ao regime sírio, que passa por conflito armado contra rebeldes há dois anos e meio. Para os americanos, as tropas do governo sírio fizeram um ataque com armas químicas na periferia de Damasco, em 21 de agosto.
Segundo relatório da inteligência americana, a ação deixou 1.429 mortos, sendo 426 crianças, o que poderia ser o pior incidente com armas químicas em 25 anos. Além dos Estados Unidos, a França, a Turquia e países do golfo Pérsico, como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Kuait, deverão participar.
Em comunicado divulgado nesta quinta-feira, a Chancelaria russa confirmou a visita, que terá como foco "a atual situação na Síria". O órgão finalizou a nota com uma nova oposição ao ataque, assim como o governo do presidente Vladimir Putin se manifestou nos últimos dias.
"Em Moscou, estamos convencidos da necessidade de pôr fim à violência e ao sofrimento da população mediante um acerto político sem tentativas de ingerência militar estrangeira sem o aval do Conselho de Segurança da ONU".
Nesta quinta, três navios militares russos passaram pelo estreito de Bósforo, que separa o mar Negro do mar Mediterrâneo, em direção à costa da Síria. Os barcos Priazovye, Minsk e Novocherkask passaram por volta das 15h locais (9h em Brasília) por Istambul, na Turquia.
As três embarcações saíram da Ucrânia no domingo (1º). Aliada do regime de Bashar al-Assad, a Rússia tem uma base militar em Tartus, cidade síria a 220 km de Damasco. Na quarta (4), Putin afirmou que uma ação armada na Síria sem autorização da ONU seria "uma agressão".
O mandatário russo também autorizou o envio de uma missão para tentar dissuadir o Congresso americano de votar a favor do ataque a Assad, embora esta tenha sido recusada pelos legisladores.
A ação militar será avaliada pelos parlamentares na próxima segunda (9), embora já tenha contado com o apoio da Comissão de Relações Exteriores do Senado, do presidente da Câmara, John Boehmer, e dos líderes democrata, Nancy Pelosi, e republicano, Eric Cantor.
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