Síria se diz disposta a permitir inspeção de armas químicas
O regime do ditador Bashar al-Assad afirmou ontem estar disposto a revelar a localização de seu arsenal químico e interromper a produção, submetendo as instalações a uma inspeção internacional.
A declaração foi feita pelo chanceler Walid al-Mualim à agência de notícias russa Interfax. A Síria havia sinalizado, mais cedo, concordar com a proposta russa de transferir seu arsenal para que seja supervisionado.
O regime de Assad afirmou estar disposto, também, a assinar a convenção que proíbe o estoque de armas químicas. A Síria é um de seus únicos não signatários.
As decisões foram expostas pelo chanceler Mualim como uma maneira de lidar com as justificativas para uma "agressão americana".
A administração de Barack Obama, presidente dos EUA, havia estabelecido uma "linha vermelha" para o regime de Assad -o uso de armas químicas. Após as notícias de um grande ataque desse tipo no mês passado, o governo americano tem sido pressionado à intervenção.
A proposta russa de colocar o arsenal químico sírio sob supervisão internacional, porém, dificultará o uso da "linha vermelha" como justificativa para um ataque.
Há, porém, uma série de obstáculos técnicos para a supervisão de um arsenal químico, em especial o da Síria, considerado um dos maiores do mundo. Destruir tais armas levaria anos, de acordo com especialistas.
Em meio às discussões sobre a proposta russa, países do Golfo disseram ontem que supervisionar o arsenal químico "não interromperá o derramamento de sangue da população síria".
A posição é mantida por Khaled bin Ahmed al-Khalifa, chanceler do Bahrein -que encabeça o Conselho de Cooperação do Golfo, um dos principais aliados da insurgência síria. Esses Estados afirmam estar prontos para lidar com qualquer ameaça que resulte de seu apoio aos rebeldes na Síria.
Esse grupo de países exige que "as Nações Unidas e a comunidade global, representada pelo Conselho de Segurança da ONU, assumam as suas responsabilidades".
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