700 mil usam e-mail com criptografia no governo
O Ministério das Comunicações encomendou aos Correios um sistema de email protegido por criptografia que o próprio governo federal já desenvolveu e é usado por mais de 700 mil pessoas, principalmente nos órgãos públicos, entre eles a Presidência da República --algumas empresas privadas também são clientes.
O plano do ministro Paulo Bernardo é criar uma alternativa segura e nacional aos populares Hotmail, da Microsoft, e Gmail, do Google, diante das denúncias de espionagem envolvendo empresas dos EUA que fornecem dados de usuários ao governo norte-americano.
Para Bernardo, é preciso criar um sistema de comunicação "antibisbilhotice".
No entanto, em 2010, o Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), empresa de tecnologia da informação do governo federal, criou o Expresso Livre, um misto de correio eletrônico e agenda que conta com dois tipos de criptografia.
O serviço permite trocar mensagens de forma segura não apenas dentro do próprio sistema como também permite o uso de chaves e certificados para outros sistemas.
Atualmente, o sistema é oferecido a empresas públicas e privadas que queiram cadastrar um grupo de emails, mediante pagamento de franquia mensal.
Para aumentar a oferta do serviço ao cidadão comum, explica o Serpro, seria necessária uma decisão de governo para armazenar todos os dados numa "nuvem", com custos ainda não estimados.
"A tecnologia já existe e pode ser aplicada ao cidadão comum", diz Marcos Melo, coordenador estratégico de ações governamentais do Serpro. Ele afirmou que nunca foi registrada invasão ao sistema, apesar de diariamente haver centenas de tentativas de ataques.
Para o Ministério das Comunicações, há uma vantagem no novo serviço de email que a pasta encomendou: além de ser criptografado, também terá certificado digital, que indica ao remetente quando o texto foi lido.
Mas o próprio ministro admite que pode usar a tecnologia existente.
"O Serpro ligou e disse que tinha tecnologia para o e-mail criptografado. Nós vamos estudar eventualmente uma parceria. O momento agora é de avaliar como será feito. Não descartamos nada", disse Bernardo.
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