Justiça condena a morte 529 partidários de Mursi no Egito
Um total de 529 simpatizantes da Irmandade Muçulmana e do ex-presidente Mohammed Mursi foram condenados à pena de morte nesta segunda-feira no Egito por atacar delegacias e edifícios do governo.
Apenas 153 dos condenados estão detidos e os demais são considerados foragidos.
Mais de 1.200 pessoas são processadas por atos de violência registrados em meados de agosto em Minia, 250 km ao sul do Cairo. Este é o julgamento mais importante desde o início da repressão contra os partidários de Mursi, em julho do ano passado, após a queda do único chefe de Estado eleito democraticamente no país.
AFP |
Parente de partidário de Muris chora do lado de fora da corde de Minia após veredito que conde a morte 529 |
Desde o golpe militar de 3 de julho contra Mursi, milhares de seguidores da confraria foram detidos e dezenas deles condenados, mas até agora a pena de morte não havia sido decretada a nenhum deles.
O Tribunal Penal de Minia, no sul do Cairo, enviou o processo ao mufti do país, Shauqi Alam, a máxima autoridade religiosa, para que emita sua sentença - não vinculativa - sobre este caso.
A corte, presidida pelo juiz Said Youssef, absolveu outros 17 membros e partidários da Irmandade processados na causa, cujo decisão deverá ser confirmada pelo mesmo tribunal em 28 de abril, logo depois de ser conhecida a opinião do mufti.
ATAQUES DE MINIA
Os condenados foram considerados culpados de uma série de ataques a edifícios do governo e a delegacias na província de Minia, em protesto pelo violento despejo policial dos acampamentos dos islamitas no Cairo em agosto.
Um desses ataques teve como alvo a sede policial da cidade de Matai, onde foi assassinado o assistente do delegado, o coronel Mustafa Ragab. Os membros da Irmandade também foram condenados por tentativa de homicídio, roubo de armas e de incendiar o edifício.
A audiência do julgamento aconteceu entre estritas medidas de segurança. As ruas que dão acesso à sede do tribunal foram bloqueados pela polícia.
Os islamitas mantiveram seus protestos contra as autoridades interinas do Egito desde julho passado, apesar das detenções e da morte de centenas de pessoas por causa da repressão policial nestes meses.
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