Deputada opositora volta à Venezuela após ameaça de perder mandato
A deputada opositora venezuelana María Corina Machado, que foi cassada em uma sessão da Assembleia Nacional (AN) à qual estavam presentes apenas parlamentares governistas, voltou hoje a seu país, vinda do Peru, acompanhada por três parlamentares peruanos.
O presidente da AN, Diosdado Cabello, havia dito na segunda-feira que Corina não era mais deputada pois havia aceitado um convite do Panamá para falar em uma sessão da OEA (Organização dos Estados Americanos) em Washington, na sexta-feira.
Se sua cassação for mesmo efetivada, ela poderá ser processada pela Justiça, pois perderia sua imunidade parlamentar.
O governo de Nicolás Maduro acusa Corina de incitar a violência por supostamente incentivar os protestos contra o governo.
Ao retornar à Venezuela, a deputada disse aos jornalistas que se sentia mais deputada do que nunca.
"Nunca fui tão deputada como agora. Sou mais deputada do que nunca, e continuarei atuando dentro e fora da Assembleia", afirmou ao desembarcar no aeroporto de Maiquetía, que serve a Caracas.
A deputada disse que é inconstitucional e nulo o ato do presidente da Assembleia contra ela.
"É uma atrocidade o que cometeu, com suas declarações, o senhor Cabello. Elas são absolutamente nulas e inconstitucionais", disse a deputada ainda no aeroporto.
Segundo Cabello, a deputada, ao aceitar falar na OEA, teria violado dois artigos da Constituição venezuelana e, por isso, perderia o mandato.
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